Prolapso da válvula mitral: entenda o que é, quais os sintomas e tratamento
- medicinaatualrevis
- 25 de jul.
- 3 min de leitura

Você já ouviu falar no prolapso da válvula mitral (PVM)? Esse nome pode parecer complicado, mas descreve uma condição cardíaca relativamente comum e, na maioria dos casos, benigna.
O PVM afeta uma das válvulas do coração responsáveis por controlar o fluxo de sangue entre as cavidades cardíacas. Embora muita gente tenha esse diagnóstico sem apresentar sintomas, é importante entender como ele acontece, quando merece atenção e quais os cuidados indicados.
Se você ou alguém da sua família já recebeu esse diagnóstico em um ecocardiograma, este artigo é para você.
O que é prolapso da válvula mitral?
O coração possui quatro válvulas que funcionam como “portas” que se abrem e fecham para controlar o fluxo de sangue. A válvula mitral fica entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo — e é por ela que o sangue passa antes de ser bombeado para o resto do corpo.
No PVM, ocorre o seguinte:
As válvulas (folhetos) da mitral se tornam um pouco mais flexíveis ou alongadas;
Durante a contração do coração, elas se curvam para trás em direção ao átrio esquerdo;
Em alguns casos, isso permite que uma pequena quantidade de sangue “volte” (regurgitação mitral).
Essa condição costuma ser descoberta por meio de um exame de imagem chamado ecocardiograma, muitas vezes feito por outro motivo.
Quais são as causas do PVM?
O prolapso pode ser causado por alterações no tecido da válvula mitral, que a deixam mais “frouxa” ou elástica. Isso pode acontecer por:
Alterações genéticas herdadas;
Doenças do tecido conjuntivo, como síndrome de Marfan ou Ehlers-Danlos;
Alterações adquiridas com a idade ou em outras doenças cardíacas;
Fraqueza nas estruturas que sustentam a válvula (cordas tendíneas).
Em grande parte dos casos, o PVM não tem causa definida e não está relacionado a problemas graves.
Quais os sintomas do prolapso da válvula mitral?
Muitas pessoas com PVM não sentem absolutamente nada. Quando os sintomas existem, eles são geralmente leves e incluem:
Palpitações (sensação de “coração acelerado” ou batimentos irregulares);
Desconforto no peito, que não é típico de infarto;
Sensação de cansaço ou fadiga fácil;
Tontura ou sensação de desmaio, especialmente ao levantar rapidamente;
Ansiedade e sensação de falta de ar leve.
Esses sintomas costumam aparecer em situações de estresse, cansaço ou após o uso de estimulantes (café, álcool, nicotina).
Como o PVM é diagnosticado?
O diagnóstico é feito por meio do ecocardiograma (ultrassonografia do coração), que permite observar o movimento das válvulas em tempo real.
Outros exames que podem ser solicitados incluem:
Eletrocardiograma (ECG);
Holter 24 horas (monitoramento dos batimentos cardíacos);
Teste ergométrico (teste de esforço);
Ressonância magnética cardíaca (em casos selecionados).
O médico cardiologista vai avaliar se há regurgitação mitral significativa, que é quando o sangue retorna de forma mais intensa para o átrio esquerdo.
O prolapso da válvula mitral é perigoso?
Na maioria das vezes, o PVM é uma condição benigna e não traz riscos graves à saúde. O acompanhamento médico é suficiente para garantir que a válvula continue funcionando bem ao longo do tempo.
No entanto, é importante ficar atento a situações que exigem mais cuidado:
Presença de regurgitação moderada ou grave;
Sintomas persistentes que afetam a qualidade de vida;
Alterações no tamanho do coração;
Arritmias cardíacas detectadas em exames.
Em casos raros, o prolapso pode estar associado a complicações, como:
Insuficiência mitral grave;
Endocardite (infecção da válvula);
Arritmias perigosas.
Por isso, o acompanhamento periódico com cardiologista é essencial.
Como é feito o tratamento do PVM?
O tratamento depende da gravidade e da presença de sintomas. Na maior parte dos casos:
Não é necessário nenhum medicamento;
Apenas mudanças no estilo de vida e observação clínica periódica.
Nos casos sintomáticos ou com regurgitação importante, pode-se indicar:
Betabloqueadores (para palpitações ou arritmias leves);
Antiarrítmicos (em casos específicos);
Cirurgia (reparar ou substituir a válvula, em casos raros).
Quem tem PVM pode fazer atividade física?
Sim! Pessoas com PVM geralmente podem praticar atividades físicas normalmente. O cardiologista é quem definirá se há alguma restrição, com base nos exames.
As recomendações gerais incluem:
Atividades aeróbicas leves ou moderadas são seguras;
Evitar exercícios muito intensos se houver regurgitação importante ou arritmia;
Avaliação médica anual para monitorar a evolução do quadro.
Dicas para quem tem prolapso da válvula mitral
Se você foi diagnosticado com PVM, siga estas orientações:
Faça o acompanhamento com cardiologista regularmente;
Mantenha uma alimentação equilibrada e evite excesso de sal e cafeína;
Evite o uso de drogas e álcool em excesso;
Pratique atividade física com orientação profissional;
Controle o estresse e busque qualidade de sono;
Informe sempre o médico em caso de sintomas novos.
Conclusão
O prolapso da válvula mitral é comum, geralmente leve e de bom prognóstico. Na maioria dos casos, não provoca sintomas ou complicações graves. O mais importante é manter o acompanhamento com cardiologista, realizar os exames indicados e manter hábitos saudáveis.
Conhecer essa condição ajuda a tirar dúvidas, reduzir a ansiedade e seguir a vida normalmente — com mais tranquilidade e consciência.



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