Doença de Peyronie: quando a curvatura do pênis causa dor e afeta a vida sexual
- medicinaatualrevis
- 24 de set.
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A doença de Peyronie é uma condição que afeta o tecido do pênis, provocando o desenvolvimento de placas fibrosas sob a pele. Essas placas levam à curvatura peniana anormal, que pode surgir de forma gradual ou súbita, causando dor durante as ereções e dificuldades na atividade sexual.
Embora não seja uma doença maligna, ela pode comprometer intensamente a qualidade de vida, trazendo impactos físicos e emocionais. A condição é mais comum em homens acima dos 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária adulta.
Como a doença se desenvolve
O mecanismo ainda não é totalmente compreendido, mas acredita-se que pequenas lesões repetidas no pênis durante relações sexuais, esportes ou acidentes desencadeiem um processo de cicatrização anormal.
Em vez de o tecido cicatrizar de forma elástica, como acontece normalmente, forma-se uma placa rígida de colágeno que limita a expansão dos corpos cavernosos, resultando na curvatura.
Sintomas da doença de Peyronie
Os sinais podem variar conforme a gravidade, mas os mais comuns são:
Curvatura visível do pênis em ereção;
Dor peniana, especialmente durante a ereção;
Presença de nódulos ou áreas endurecidas sob a pele;
Dificuldade para manter relações sexuais por dor ou posição;
Disfunção erétil associada, em alguns casos.
A intensidade da curvatura varia: em alguns homens, é leve e não atrapalha a função sexual; em outros, chega a tornar a penetração impossível.
Fases da doença
A doença de Peyronie costuma evoluir em duas fases:
Fase aguda: dura de 6 a 18 meses; há dor, progressão da curvatura e desenvolvimento das placas;
Fase crônica: a dor tende a diminuir, mas a curvatura se estabiliza, podendo permanecer de forma definitiva.
Causas e fatores de risco
Apesar de não existir uma causa única, alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver a doença:
Microtraumas repetitivos no pênis;
Predisposição genética;
Idade avançada;
Doenças do tecido conjuntivo, como contratura de Dupuytren (nas mãos);
Tabagismo e diabetes, que afetam a cicatrização e vasos sanguíneos.
Diagnóstico da doença
O diagnóstico é clínico e feito pelo urologista. Em geral, inclui:
Exame físico para identificar placas fibrosas;
Avaliação da curvatura em ereção (às vezes induzida com medicamentos no consultório);
Ultrassonografia peniana, útil para avaliar placas e fluxo sanguíneo.
Tratamentos disponíveis
O tratamento da doença de Peyronie depende da fase da doença, da intensidade dos sintomas e do impacto na vida sexual do paciente.
Tratamento conservador
Acompanhamento clínico: em casos leves, apenas observação, já que a doença pode estabilizar ou até regredir parcialmente;
Medicamentos orais e tópicos: incluem vitamina E, potássio para-aminobenzoato e pentoxifilina, com resultados variáveis;
Injeções intracavitárias: aplicação de medicamentos diretamente na placa, como colagenase, que pode reduzir a curvatura.
Terapias não invasivas
Ondas de choque de baixa intensidade: ainda em estudo, mas usadas para aliviar a dor;
Dispositivos de tração peniana: podem ajudar a reduzir a curvatura e alongar o pênis.
Tratamento cirúrgico
Indicado nos casos mais graves e persistentes, quando a função sexual está comprometida. As técnicas incluem:
Plicatura peniana: encurta o lado oposto à curvatura, corrigindo o desvio;
Enxerto após incisão da placa: substitui o tecido fibroso por um enxerto para restaurar a elasticidade;
Prótese peniana: opção em casos com disfunção erétil grave associada.
Impacto psicológico
Além dos sintomas físicos, a doença de Peyronie pode gerar angústia, baixa autoestima e até depressão. Muitos homens evitam relacionamentos ou reduzem a atividade sexual por vergonha da condição. O acompanhamento psicológico e o diálogo aberto com o parceiro(a) são fundamentais.
Conclusão
A doença de Peyronie é mais comum do que se imagina e, embora não ameace a vida, pode afetar de forma significativa a saúde sexual e emocional do homem. Felizmente, existem diferentes opções de tratamento que vão desde acompanhamento clínico até cirurgias corretivas. Procurar um urologista ao notar os primeiros sinais é essencial para obter o diagnóstico precoce e receber a melhor orientação.



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