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Fibrose cística: doença genética pulmonar que exige cuidado contínuo

Fibrose cística

A Fibrose Cística é uma doença genética crônica que afeta principalmente os pulmões e o sistema digestivo. Ela ocorre devido a um defeito em um gene responsável por regular o transporte de sal e água através das membranas celulares. Esse desequilíbrio faz com que secreções corporais se tornem muito espessas e pegajosas, o que causa obstruções, inflamações e infecções frequentes ao longo da vida.

Apesar da gravidade, avanços terapêuticos têm transformado o prognóstico, permitindo que muitos pacientes vivam mais e com melhor qualidade.


A causa por trás do problema

A doença é causada por mutações no gene CFTR. Esse gene controla uma proteína que age como canal de transporte de íons cloreto. Quando ele não funciona corretamente, há diminuição do fluxo de sal e água, o que desorganiza a hidratação das mucosas.

O resultado é a formação de secreções espessas em órgãos como:

  • pulmões;

  • pâncreas;

  • intestinos;

  • glândulas sudoríparas;

  • fígado.

A Fibrose Cística é hereditária, e o paciente nasce com a condição. É uma doença autossômica recessiva — ou seja, ambos os pais precisam carregar o gene alterado para transmiti-la aos filhos.

Como a doença afeta o pulmão

O acúmulo de muco espesso nos pulmões favorece:

  • dificuldade para respirar;

  • infecções recorrentes;

  • inflamação crônica;

  • obstrução dos brônquios.

Bactérias que normalmente o organismo controlaria com facilidade encontram ambiente ideal para se multiplicar. Com o tempo, o tecido pulmonar pode se danificar, levando à perda gradual da função respiratória.

Impacto no sistema digestivo

Muitas pessoas lembram da Fibrose Cística apenas como doença pulmonar, mas ela também compromete o trato gastrointestinal. O muco espesso bloqueia vias pancreáticas, impedindo que enzimas importantes cheguem ao intestino para digestão.

Esse mecanismo leva a:

  • má absorção de nutrientes;

  • déficit de crescimento em crianças;

  • fezes gordurosas;

  • desnutrição apesar de boa ingestão alimentar.

A reposição de enzimas pancreáticas é parte fundamental do tratamento.

Sintomas mais comuns

Os sinais podem aparecer já nos primeiros meses de vida, embora alguns só se manifestem mais tarde.

Entre os principais:

  • tosse persistente;

  • falta de ar;

  • infecções pulmonares repetidas;

  • diarreia gordurosa;

  • dificuldade de ganho de peso;

  • suor muito salgado.

O suor salgado é tão característico que auxilia no diagnóstico — pois pacientes com Fibrose Cística eliminam mais sal pela pele.

Diagnóstico precoce faz diferença

Muitos países realizam teste do pezinho ampliado para identificar a doença nos primeiros dias de vida.O diagnóstico pode ser confirmado por:

  • teste do suor (dosagem de cloreto elevado);

  • testes genéticos;

  • avaliação clínica e funcional pulmonar.

Identificar cedo é crucial para iniciar intervenções que retardam as complicações.

Tratamento: longo, contínuo e individualizado

Não existe cura, mas há forma de controlar sintomas e melhorar função pulmonar e digestiva.

O tratamento pode incluir:

  • fisioterapia respiratória diária;

  • antibióticos para infecções;

  • broncodilatadores;

  • reposição de enzimas pancreáticas;

  • suplementação nutricional;

  • hidratação adequada.

Nos últimos anos, terapias moduladoras que atuam diretamente na proteína CFTR têm mudado o prognóstico para parte dos pacientes.

Importância do acompanhamento multidisciplinar

O melhor manejo envolve:

  • pneumologia;

  • gastroenterologia;

  • nutrição;

  • fisioterapia;

  • psicologia.

A doença exige cuidado constante, adesão familiar e monitoramento para evitar complicações como bronquiectasias e insuficiência respiratória.

Prognóstico e avanços recentes

Antigamente, a expectativa de vida era muito limitada. Hoje, com tratamento adequado e suporte respiratório, muitos pacientes chegam à idade adulta e mantêm rotina ativa.

Pesquisas buscam medicamentos capazes de corrigir a função genética defeituosa, o que pode transformar o cuidado nas próximas décadas.

Conclusão

A Fibrose Cística é uma doença genética complexa que altera secreções corporais e afeta múltiplos órgãos, especialmente o pulmão e o sistema digestivo. Apesar de crônica, o manejo adequado, diagnóstico precoce e terapias modernas ampliam a longevidade e qualidade de vida. Informar, monitorar e fortalecer a adesão ao tratamento são pilares essenciais para as famílias e pacientes que convivem com o desafio diário da doença.

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