Hemofilia: o que é, como identificar e quais os cuidados necessários
- medicinaatualrevis
- 17 de jul.
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A hemofilia é uma doença rara que afeta principalmente os homens e pode trazer complicações sérias se não for diagnosticada e tratada corretamente. Ela é caracterizada por uma dificuldade do sangue em formar coágulos, o que faz com que sangramentos simples possam durar mais tempo do que o normal — e, em casos graves, ocorrem hemorragias internas espontâneas.
Neste artigo, você vai entender o que é a hemofilia, como identificar os sinais, os tipos da doença, os riscos e os cuidados indispensáveis para quem convive com essa condição.
O que é hemofilia?
A hemofilia é uma doença genética e hereditária que interfere na coagulação sanguínea. Em pessoas saudáveis, quando ocorre um ferimento, o corpo forma um coágulo para estancar o sangramento. Já nas pessoas com hemofilia, falta um dos fatores de coagulação — proteínas essenciais nesse processo.
A doença é causada por mutações genéticas que afetam os genes localizados no cromossomo X. Por isso, é muito mais comum em homens, já que eles possuem apenas um cromossomo X.
Quais são os tipos de hemofilia?
Existem dois tipos principais da doença:
Hemofilia A: deficiência do fator VIII de coagulação; é a forma mais comum;
Hemofilia B: deficiência do fator IX; também conhecida como doença de Christmas.
Além disso, a doença é classificada conforme sua gravidade:
Leve: sangramentos ocorrem apenas após traumas ou cirurgias;
Moderada: sangramentos ocorrem após pequenos traumas;
Grave: sangramentos espontâneos frequentes, mesmo sem trauma aparente.
Como identificar os sintomas da hemofilia?
Muitas vezes, os primeiros sinais aparecem ainda na infância. Fique atento a:
Sangramentos prolongados após vacinas ou pequenos cortes;
Hematomas frequentes e fáceis, mesmo com impactos leves;
Inchaço e dor nas articulações, como joelhos e cotovelos;
Sangramento nasal constante (epistaxe);
Presença de sangue na urina ou nas fezes;
Hemorragias internas que causam dor e limitação de movimento.
Em bebês, o sangramento nas gengivas ao nascer os dentes ou após a circuncisão pode ser o primeiro alerta.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da hemofilia é feito por meio de exames de sangue específicos, que medem os níveis dos fatores de coagulação.
Quando há histórico familiar, o teste pode ser feito ainda nos primeiros meses de vida. Caso contrário, a doença é suspeitada após episódios repetidos de sangramento e confirmada por:
Coagulograma completo;
Dosagem dos fatores VIII e IX;
Estudo genético, especialmente em famílias com histórico conhecido.
Quais os riscos da hemofilia sem tratamento?
Sem o tratamento adequado, a hemofilia pode causar complicações graves e até fatais:
Hemorragias internas em músculos e articulações;
Danos permanentes às articulações (hemartrose);
Anemia grave por sangramentos crônicos;
Sangramentos intracranianos;
Risco elevado em cirurgias, procedimentos odontológicos e partos.
Por isso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo são fundamentais.
Existe cura para a hemofilia?
Atualmente, a hemofilia não tem cura, mas o tratamento permite uma vida longa e ativa. O objetivo é prevenir sangramentos e tratar episódios quando ocorrem, por meio da reposição do fator de coagulação ausente.
O tratamento pode ser:
Profilático: injeções regulares para evitar sangramentos, indicado em casos graves;
Sob demanda: aplicação apenas quando ocorre um sangramento, em casos leves.
A boa notícia é que há avanços promissores na terapia gênica, que futuramente pode oferecer tratamento de longo prazo ou cura funcional.
Quais cuidados o hemofílico deve ter?
Pessoas com hemofilia devem adotar alguns cuidados na rotina:
Evitar esportes de contato e atividades com risco de trauma;
Realizar acompanhamento com hematologista regularmente;
Vacinar-se conforme calendário e com orientação médica;
Evitar o uso de medicamentos que interferem na coagulação, como AAS e anti-inflamatórios;
Manter uma boa higiene bucal, para evitar extrações ou procedimentos invasivos;
Usar pulseira ou cartão de identificação médica em locais visíveis.
Além disso, é importante que familiares e profissionais de saúde estejam preparados para agir em caso de emergências.
Como é a vida de uma pessoa com hemofilia?
Com os tratamentos modernos e o diagnóstico precoce, a maioria dos pacientes pode ter uma vida normal e ativa, estudando, trabalhando e praticando exercícios leves.
O importante é ter informação, planejamento e acesso a tratamento — isso faz toda a diferença.



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