Mastite: quando a inflamação da mama afeta a amamentação
- claurepires
- 1 de out.
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A mastite é uma inflamação da mama que geralmente ocorre durante o período de amamentação. Essa condição pode causar dor, inchaço, vermelhidão e até febre, tornando a experiência da amamentação desafiadora para muitas mulheres.
Embora seja mais comum nas primeiras semanas após o parto, a mastite pode acontecer em qualquer fase da lactação e, em casos raros, até em mulheres que não estão amamentando.
Por que a mastite acontece
A mastite está relacionada a dois fatores principais: a estase do leite (quando o leite não é completamente drenado) e a infecção bacteriana.
Estase do leite: ocorre quando há acúmulo nos ductos mamários, favorecendo inflamação;
Infecção bacteriana: geralmente causada pela bactéria Staphylococcus aureus, que pode entrar por pequenas fissuras nos mamilos;
Fatores de risco:
Intervalos longos entre as mamadas;
Pega incorreta do bebê;
Mamilos rachados;
Uso de roupas apertadas que comprimem os seios.
Sintomas da mastite
Os sintomas variam de leves a intensos. Os mais comuns incluem:
Dor localizada na mama;
Vermelhidão e calor na região;
Inchaço ou endurecimento;
Febre e calafrios;
Cansaço e mal-estar geral;
Em alguns casos, saída de secreção purulenta pelo mamilo.
Mastite infecciosa x mastite não infecciosa
Mastite não infecciosa: causada apenas pela estase do leite. Costuma melhorar com medidas de esvaziamento da mama.
Mastite infecciosa: além da estase, há proliferação bacteriana, exigindo antibióticos.
Complicações possíveis
Quando não tratada corretamente, a mastite pode evoluir para:
Abscesso mamário: acúmulo de pus que pode exigir drenagem cirúrgica;
Interrupção precoce da amamentação;
Recorrência dos episódios, especialmente se fatores de risco não forem corrigidos.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e no exame físico realizado pelo médico. Em casos de suspeita de abscesso, pode ser solicitado um ultrassom da mama.
Tratamento da mastite
O tratamento varia conforme a gravidade:
Medidas iniciais
Amamentar com frequência, mesmo no seio afetado;
Garantir a pega correta do bebê;
Massagear a mama para facilitar a saída do leite;
Aplicar compressas mornas antes da mamada e frias após, para aliviar a dor;
Repouso e hidratação adequada.
Antibióticos
Se houver sinais de infecção, o médico pode prescrever antibióticos compatíveis com a amamentação. A escolha deve ser criteriosa para não prejudicar o bebê.
Analgésicos e anti-inflamatórios
Podem ser usados para controlar dor e febre, sempre sob orientação médica.
Tratamento do abscesso
Nos casos em que há formação de abscesso, pode ser necessária drenagem, geralmente guiada por ultrassom.
É preciso parar de amamentar?
Na maioria dos casos, não é necessário suspender a amamentação. Pelo contrário: esvaziar a mama ajuda na recuperação. O leite, mesmo quando há infecção, geralmente não representa risco para o bebê.
Prevenção da mastite
Algumas medidas simples reduzem bastante o risco:
Garantir pega correta do bebê desde o início;
Amamentar sob livre demanda, sem longos intervalos;
Evitar roupas apertadas;
Tratar fissuras nos mamilos precocemente;
Alternar as posições de amamentação para esvaziar todos os ductos.
Impacto emocional
Além da dor física, a mastite pode trazer frustração e desânimo para a mãe, que muitas vezes pensa em interromper a amamentação. Apoio familiar e orientação profissional são fundamentais para que a mulher se sinta segura em continuar oferecendo o leite materno.
Conclusão
A mastite é uma condição comum, mas que pode ser evitada e tratada com medidas simples. Reconhecer os sinais precoces e buscar ajuda médica são passos essenciais para garantir o bem-estar da mãe e do bebê. Com o tratamento adequado, é possível superar esse desafio e manter a amamentação de forma saudável.



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