Mieloma múltiplo: o câncer do sangue que começa na medula óssea e pode ser silencioso
- claurepires
- 6 de nov.
- 3 min de leitura

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que afeta as células plasmáticas, células presentes na medula óssea responsáveis por produzir anticorpos que defendem o organismo. Quando essas células se tornam anormais, elas começam a se multiplicar sem controle e ocupam espaço dentro da medula, prejudicando a produção normal de sangue.
É uma doença mais comum em pessoas acima de 60 anos e, muitas vezes, apresenta sinais discretos no início, o que pode atrasar o diagnóstico. Por isso, reconhecer os sintomas e entender o processo da doença é fundamental.
Como o mieloma múltiplo se desenvolve
Em condições normais, as células plasmáticas produzem anticorpos para combater infecções. No mieloma, essas células se tornam cancerígenas, passam a produzir anticorpos defeituosos e se acumulam na medula óssea.
Essas células anormais:
ocupam o espaço das células saudáveis do sangue;
liberam substâncias que enfraquecem os ossos;
podem causar anemia e infecções frequentes;
prejudicam o funcionamento dos rins.
O nome “múltiplo” vem do fato de que as lesões ósseas e a infiltração da medula costumam ocorrer em diversos pontos do corpo.
Quem tem maior risco?
Embora qualquer pessoa possa desenvolver mieloma múltiplo, alguns fatores aumentam o risco:
Idade acima de 60 anos;
Homens são um pouco mais afetados;
Histórico familiar da doença;
Pessoas negras têm risco maior;
Obesidade e exposição a radiações podem contribuir.
Vale lembrar que ter fatores de risco não significa desenvolver a doença, mas merece atenção aos sinais.
Sinais e sintomas
Os sintomas podem ser discretos no início. Com o avanço da doença, surgem manifestações mais claras:
Dor óssea, principalmente na coluna e costelas;
Fraturas espontâneas ou com pequenos esforços;
Anemia, com cansaço, palidez e fraqueza;
Infecções frequentes, devido à baixa imunidade;
Insuficiência renal, com inchaço e alteração na urina;
Hipercalcemia (cálcio alto), levando a náuseas, sede intensa e constipação;
Perda de peso e mal-estar generalizado.
Principais sinais resumidos — regra CRAB
Letra | Significado | Sintomas | |
C | Cálcio alto | Sede, náuseas, confusão | |
R | Rim | Insuficiência renal, inchaço, urina alterada | |
A | Anemia | Cansaço, fraqueza, palidez | |
B | Bone (ossos) | Dor, fraturas |
Se você lembrar da sigla CRAB, já sabe os sinais essenciais do mieloma.
Diagnóstico
O diagnóstico geralmente envolve uma combinação de exames:
Exames de sangue (incluindo proteína monoclonal e função renal);
Eletroforese de proteínas;
Exame de urina;
Biópsia da medula óssea;
Raio-X, tomografia ou ressonância para avaliar lesões ósseas.
O médico avalia os resultados juntamente com sintomas, histórico clínico e exame físico.
Tratamento
O tratamento depende da fase da doença e das condições do paciente. As opções incluem:
Quimioterapia;
Medicamentos imunomoduladores e terapia-alvo;
Corticosteroides;
Transplante de células-tronco (em pacientes selecionados);
Radioterapia, em casos de dor óssea localizada;
Bisfosfonatos, para fortalecer os ossos.
Nos últimos anos, avanços terapêuticos aumentaram muito a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes.
É possível curar o mieloma múltiplo?
O mieloma múltiplo é considerado uma doença crônica: ainda não existe cura definitiva, mas o tratamento permite longos períodos de controle, com boa qualidade de vida.
Diagnóstico precoce melhora significativamente o prognóstico.
Como conviver com mieloma múltiplo
Além do tratamento médico, hábitos saudáveis fazem diferença:
alimentação equilibrada e rica em proteínas;
hidratação adequada, especialmente para proteger os rins;
exercícios supervisionados para fortalecer ossos e músculos;
evitar quedas e impactos;
vacinação e cuidado com infecções.
Apoio psicológico e acompanhamento com equipe multiprofissional também são essenciais.
Conclusão
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer do sangue que afeta a medula óssea e pode causar sintomas como dor óssea, anemia, infecções e fraqueza. Apesar de grave, os tratamentos atuais permitem controlar a doença e manter boa qualidade de vida.
Conhecer os sinais, especialmente os da regra CRAB, ajuda a procurar atendimento cedo e isso faz toda a diferença.



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