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Otosclerose: quando a audição é prejudicada por alterações no ouvido interno

Otosclerose

A otosclerose é uma doença que afeta os ossículos do ouvido médio, principalmente o estribo, responsável por transmitir as vibrações sonoras até o ouvido interno. Nessa condição, ocorre um crescimento anormal de tecido ósseo ao redor do estribo, que impede sua movimentação adequada.

O resultado é uma perda auditiva progressiva, geralmente do tipo condutiva, que pode comprometer significativamente a qualidade de vida do paciente. Em alguns casos, a doença também afeta a cóclea, levando a um componente de surdez neurossensorial.

Quem pode ser afetado

A otosclerose é mais comum em adultos jovens, especialmente entre os 20 e 40 anos, e apresenta maior incidência em mulheres. Além disso, fatores hereditários têm grande importância, já que há um padrão familiar em muitos casos.

Outros aspectos que podem influenciar:

  • História familiar da doença;

  • Alterações hormonais (a perda auditiva pode piorar durante a gravidez);

  • Etnia: mais frequente em pessoas de ascendência europeia.

Sintomas da otosclerose

Os sintomas costumam se instalar lentamente, o que pode atrasar o diagnóstico. Os principais são:

  • Perda auditiva progressiva: geralmente começa em um ouvido e pode evoluir para os dois;

  • Dificuldade em ouvir sons graves ou vozes baixas;

  • Tinnitus (zumbido no ouvido): bastante comum e incômodo;

  • Sensação de ouvido cheio ou abafado;

  • Em casos avançados, pode haver também tontura ou desequilíbrio.

Um detalhe interessante é que muitas pessoas com otosclerose percebem que conseguem ouvir melhor em ambientes barulhentos do que em situações de silêncio — um fenômeno chamado paracusia de Willis.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico envolve avaliação clínica detalhada e exames audiológicos.

  • Exame otorrinolaringológico: avalia o histórico e exclui outras causas de perda auditiva;

  • Audiometria: mostra padrão característico de perda auditiva condutiva;

  • Timpanometria: avalia a mobilidade do tímpano e ossículos;

  • Tomografia computadorizada (TC): pode identificar alterações ósseas no ouvido médio.

Esses exames ajudam a diferenciar a otosclerose de outras doenças que também causam perda auditiva.

Tratamentos disponíveis

O tratamento da otosclerose depende da gravidade dos sintomas e do impacto na vida do paciente.

Observação e acompanhamento

Nos casos leves, pode-se optar apenas por monitoramento, já que a progressão pode ser lenta.

Aparelhos auditivos

  • São indicados quando a perda auditiva interfere na comunicação;

  • Amplificam os sons, melhorando a audição, mas não tratam a causa da doença.

Cirurgia (estapedectomia ou estapedotomia)

  • Consiste na substituição parcial ou total do estribo por uma prótese que transmite as vibrações sonoras normalmente;

  • É considerada o tratamento mais eficaz para restaurar a audição em casos de perda significativa;

  • Tem altas taxas de sucesso, embora possa apresentar riscos como perfuração do tímpano, perda auditiva residual ou tontura temporária.

Tratamento medicamentoso

Ainda não há medicamentos que curem a otosclerose, mas em alguns casos utiliza-se o fluoreto de sódio para tentar retardar a progressão da doença, especialmente quando há envolvimento da cóclea.

Impactos emocionais e sociais

A perda auditiva, mesmo parcial, pode gerar grande impacto emocional. Pacientes com otosclerose frequentemente relatam:

  • Dificuldade em se comunicar no trabalho e em reuniões sociais;

  • Isolamento e insegurança;

  • Ansiedade e estresse pelo medo de perder totalmente a audição.

Por isso, o tratamento deve incluir não apenas a parte médica, mas também apoio psicológico e incentivo ao uso de tecnologias que facilitem a comunicação.

Prognóstico

A otosclerose é uma doença progressiva, mas tratável. A cirurgia pode devolver a audição em muitos casos, enquanto os aparelhos auditivos oferecem boa qualidade de vida quando a cirurgia não é possível. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar limitações maiores e garantir que o paciente continue ativo em suas atividades pessoais e profissionais.

Conclusão

A otosclerose é uma causa importante de perda auditiva em adultos jovens. Embora não exista prevenção definitiva, os avanços no diagnóstico e no tratamento permitem que a maioria dos pacientes tenha sua audição preservada ou restaurada. Estar atento aos sintomas iniciais e procurar um otorrinolaringologista é essencial para garantir qualidade de vida e bem-estar.

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