Pupilas desiguais: quando uma pupila maior ou menor exige atenção
- claurepires
- 14 de out.
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Ter pupilas desiguais, ou anisocoria, quer dizer que uma pupila (a parte preta no centro dos olhos) está maior ou menor do que a outra. Na maioria das vezes, isso não indica problema sério, mas em alguns casos pode ser sinal de alterações oculares ou do sistema nervoso que merecem investigação.
A pupila controla a quantidade de luz que entra no olho, contraindo-se em ambientes claros e dilatando-se no escuro. Quando uma pupila não responde como a outra, essa simetria é perdida — e percebemos a desigualdade.
Por que as pupilas podem ficar desiguais
Existem múltiplas causas, desde as mais benignas até situações que exigem atenção médica urgente. Algumas causas comuns são:
Anisocoria fisiológica — diferença leve que existe desde sempre;
Uso de colírios ou medicamentos que relaxam ou contraem a pupila;
Inflamação na íris (como irite) ou lesões oculares;
Síndrome de Horner — quando há lesão de nervos do sistema simpático que controlam pupila, pálpebra e sudorese;
Paralisia do terceiro nervo craniano — caso o nervo que contrai a pupila esteja comprometido;
Traumatismo craniano ou ocular;
Tumores, aneurismas ou acidentes vasculares cerebrais (AVC) que afetam vias responsáveis pelo controle pupilar;
Condições congênitas ou defeitos da íris.
Nem toda anisocoria é grave — mas quando surge de forma súbita ou acompanha outros sintomas, exige avaliação especializada.
Como reconhecer se a desigualdade é “normal” ou preocupante
Muitas pessoas têm pequenas diferenças pupilares (menos de 1 mm) sem parte de uma doença — é a anisocoria fisiológica.Para distinguir casos que exigem atenção, observe:
A desigualdade é constante ou apareceu de repente?
Se agrava com luz intensa ou em ambientes escuros?
Há sintomas como queda de pálpebra, visão dupla, dor nos olhos, dor de cabeça ou fraqueza em partes do corpo?
Alterações recentes no olho (cirurgia, trauma)?
Uso de colírios, gotas ou substâncias que afetam pupila?
Se houver qualquer sintoma associado (dor, visão alterada, queda de pálpebra, fraqueza), procurar um oftalmologista ou neurologista é essencial.
Como o médico investiga pupilas desiguais
O oftalmologista ou neurologista faz exame detalhado dos olhos, analisando:
Tamanho das pupilas sob luz e no escuro;
Reação da pupila à luz direta e pela lente (reflexo da luz);
Movimentos oculares e alinhamento dos olhos;
Avaliação de pálpebras (queda) e sudorese facial;
História clínica (traumas recentes, uso de colírios, sintomas neurológicos).
Se necessário, exames de imagem como tomografia ou ressonância magnética serão solicitados para investigar causas internas.
Também pode ser usado o teste da lanterna oscilante (light-swinging test), para identificar defeito pupilar aferente, quando um olho responde pior que o outro à luz.
Tratamentos e condutas
O tratamento depende da causa subjacente:
Se for anisocoria fisiológica, nenhuma intervenção é necessária;
Quando causada por colírios ou medicamentos, interromper ou mudar a medicação pode resolver;
Inflamações (iritite) são tratadas com colírios anti-inflamatórios;
Síndrome de Horner ou paralisia do terceiro nervo podem exigir investigação neurológica e tratamento da lesão causal;
Traumas ou tumores exigem tratamento específico conforme o tipo de lesão.
O mais importante é tratamento da causa — não da desigualdade em si.
Conclusão
Ter pupilas desiguais pode trazer preocupação, mas nem sempre indica algo grave.O segredo está em observar:
se a desigualdade é antiga ou surgiu de repente,
se há outros sintomas associados,
se há história de trauma ou uso de medicamentos.
A avaliação médica especializada é indispensável para descartar causas graves e garantir segurança e saúde visual.



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