Refluxo gastroesofágico: sintomas além da azia e como controlar
- medicinaatualrevis
- 29 de mai.
- 3 min de leitura

O refluxo gastroesofágico é uma condição digestiva comum que ocorre quando o conteúdo do estômago retorna para o esôfago, causando desconfortos variados. Embora a azia seja o sintoma mais conhecido, há outros sinais importantes que podem indicar refluxo e, muitas vezes, passam despercebidos.
Neste artigo, vamos explicar o que é o refluxo, seus sintomas clássicos e atípicos, os riscos de não tratar a condição adequadamente e as melhores formas de controle e prevenção.
O que é refluxo gastroesofágico
O refluxo ocorre quando o esfíncter inferior do esôfago — uma válvula que impede que o alimento volte do estômago para o esôfago — não funciona corretamente. Isso permite que o ácido gástrico e, às vezes, o alimento, retornem, causando irritação e inflamação na parede do esôfago.
Quando esse processo se torna frequente ou intenso, configura-se a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
Sintomas comuns e atípicos do refluxo
Sintomas clássicos
Azia (sensação de queimação no peito);
Regurgitação ácida (retorno de líquido para a boca);
Dor retroesternal;
Gosto amargo na boca.
Sintomas menos conhecidos (atípicos)
Tosse seca crônica;
Rouquidão e pigarro constante;
Sensação de nó na garganta;
Dor de garganta sem causa aparente;
Mau hálito persistente;
Crises de asma ou piora de quadros respiratórios.
Esses sintomas podem levar o paciente a procurar outros especialistas, como otorrinos ou pneumologistas, atrasando o diagnóstico correto.
Fatores de risco para refluxo
Diversos fatores podem favorecer a ocorrência do refluxo:
Excesso de peso ou obesidade;
Gravidez;
Hábito de fumar;
Ingestão frequente de alimentos gordurosos, cítricos, cafeína, chocolate e álcool;
Refeições volumosas antes de dormir;
Uso de roupas apertadas.
Diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico
O diagnóstico é feito com base na história clínica e nos sintomas. Exames complementares podem ser solicitados em casos mais graves ou resistentes ao tratamento:
Endoscopia digestiva alta;
Phmetria esofágica de 24h (mede o refluxo ácido);
Manometria esofágica (avalia a motilidade do esôfago).
Como controlar o refluxo: mudanças de hábitos e medicamentos
Medidas comportamentais
Evitar deitar logo após as refeições (esperar ao menos 2 horas);
Dormir com a cabeceira da cama elevada;
Evitar roupas apertadas na região do abdômen;
Fracionar as refeições ao longo do dia;
Perder peso, se necessário.
Alimentação
Evite alimentos que favorecem o refluxo:
Cafeína, bebidas gaseificadas e alcoólicas;
Chocolate e frituras;
Tomate, cebola crua, frutas cítricas e hortelã.
Dê preferência a alimentos leves, cozidos e com pouca gordura. Comer devagar e mastigar bem também ajuda.
Tratamento medicamentoso
O tratamento farmacológico é prescrito pelo médico e pode incluir:
Inibidores da bomba de prótons (IBPs): omeprazol, pantoprazol, esomeprazol;
Bloqueadores H2: ranitidina (menos usado hoje em dia), famotidina;
Antiácidos: aliviam sintomas leves e pontuais;
Procineticos: domperidona ou bromoprida, em casos específicos.
Quando a cirurgia é indicada
Nos casos mais graves ou quando não há resposta adequada ao tratamento clínico, pode-se indicar cirurgia (fundoplicatura de Nissen). Esse procedimento reforça o esfíncter esofágico inferior para impedir o refluxo.
Refluxo em bebês e crianças
O refluxo também pode ocorrer em recém-nascidos e crianças. Em bebês, é comum até os 12 meses e, geralmente, se resolve espontaneamente. Porém, em casos com ganho de peso insuficiente ou sintomas respiratórios, o pediatra deve ser consultado.
Complicações do refluxo não tratado
A falta de tratamento adequado pode causar:
Esofagite (inflamação do esôfago);
Úlceras esofágicas;
Estenose esofágica (estreitamento);
Esôfago de Barrett (condição pré-cancerígena);
Aumento do risco de câncer de esôfago.
Conclusão
O refluxo gastroesofágico vai muito além da azia. Pode causar sintomas respiratórios e comprometer a qualidade de vida quando não tratado. O controle eficaz envolve mudanças no estilo de vida, ajustes na alimentação e, em alguns casos, o uso de medicamentos. Ao persistirem os sintomas, o acompanhamento médico é indispensável.


![Refluxo gastresofágico em recém-nascidos- (Doença do refluxo gastroesofágico [DRGE])](https://static.wixstatic.com/media/058283_e90b6ce9054e41509a5e320ebe68a93b~mv2.jpeg/v1/fill/w_980,h_653,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/058283_e90b6ce9054e41509a5e320ebe68a93b~mv2.jpeg)
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