Síndrome do pânico: sintomas, causas e tratamentos mais eficazes
- medicinaatualrevis
- 21 de jul.
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Imagine sentir seu coração disparar, falta de ar, suor frio e uma sensação de morte iminente, mesmo sem motivo aparente. Para quem sofre com a síndrome do pânico, essa realidade pode surgir de forma súbita, em qualquer lugar e sem aviso.
Embora seja um problema de saúde mental, os sintomas são tão intensos que muitos confundem com infarto ou outras emergências médicas.
Neste artigo, você vai entender o que é a síndrome do pânico, como reconhecer seus sintomas, quais são as causas mais comuns e os tratamentos mais eficazes disponíveis.
O que é a síndrome do pânico?
A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade, caracterizado pela ocorrência de crises de pânico inesperadas e recorrentes, que geram um medo intenso de perder o controle, enlouquecer ou morrer.
Essas crises surgem de forma repentina e atingem o pico em poucos minutos, mas o medo de ter uma nova crise (ansiedade antecipatória) pode limitar drasticamente a rotina da pessoa.
Quais são os sintomas de uma crise de pânico?
Durante uma crise, a pessoa pode apresentar vários sintomas físicos e emocionais ao mesmo tempo. Os mais comuns incluem:
Palpitações ou coração acelerado;
Falta de ar ou sensação de sufocamento;
Dor ou pressão no peito;
Tontura ou sensação de desmaio;
Tremores, calafrios ou ondas de calor;
Náuseas ou desconforto abdominal;
Formigamentos nas mãos ou no rosto;
Medo de morrer, enlouquecer ou perder o controle;
Sensação de irrealidade ou de estar "fora do corpo".
Esses sintomas costumam durar entre 10 e 30 minutos, mas o medo da repetição pode se prolongar por dias.
Como diferenciar uma crise de pânico de um infarto?
A dúvida é comum, já que os sintomas são parecidos. A principal diferença é que os exames cardíacos de pessoas com pânico costumam estar normais, e o padrão de dor no peito é mais difuso.
Mesmo assim, toda dor torácica intensa e súbita deve ser avaliada por um médico para afastar problemas cardíacos reais. O diagnóstico da síndrome do pânico é clínico, feito por profissionais de saúde mental.
O que causa a síndrome do pânico?
Ainda não existe uma causa única. Acredita-se que o transtorno seja resultado de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais, como:
Predisposição genética (histórico familiar de ansiedade ou depressão);
Traumas de infância ou experiências estressantes;
Alterações em neurotransmissores como serotonina e noradrenalina;
Abuso de álcool, drogas ou cafeína;
Estilo de vida estressante, exigente ou solitário.
Em alguns casos, a primeira crise pode ocorrer após um evento pontual, como um acidente, luto ou crise emocional intensa.
Quem pode ter síndrome do pânico?
Qualquer pessoa pode desenvolver o transtorno, mas ele é mais comum em:
Mulheres entre 20 e 40 anos;
Pessoas com histórico familiar de ansiedade ou depressão;
Indivíduos que enfrentam estresse prolongado;
Pessoas mais sensíveis a mudanças internas no corpo (como batimentos cardíacos acelerados).
Estima-se que cerca de 2 a 3% da população brasileira sofra com o transtorno, o que representa milhões de pessoas.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito com base em critérios definidos por manuais internacionais de psiquiatria (DSM-5). O profissional avalia:
Frequência e intensidade das crises;
Impacto no cotidiano (evitar lugares, pessoas ou situações);
Exclusão de causas físicas (exames clínicos e laboratoriais).
Em geral, o paciente é encaminhado para um psiquiatra ou psicólogo especializado em transtornos de ansiedade.
Quais são os tratamentos mais eficazes?
A boa notícia é que a síndrome do pânico tem tratamento e pode ser controlada com sucesso. As abordagens mais eficazes incluem:
Psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC): ajuda o paciente a reconhecer e modificar pensamentos distorcidos;
Medicação antidepressiva: como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS);
Ansiolíticos de uso pontual, para controlar crises agudas;
Técnicas de respiração e relaxamento;
Mudança no estilo de vida, com atividade física regular, sono de qualidade e alimentação equilibrada.
O tratamento costuma durar de 6 meses a 2 anos, com grandes chances de melhora duradoura.
O que pode ajudar durante uma crise?
Durante uma crise de pânico, é importante que a pessoa entenda que o episódio é temporário e que ela está segura, mesmo que os sintomas sejam intensos. Algumas atitudes ajudam a controlar o momento:
Respirar lenta e profundamente;
Repetir frases como “isso vai passar”, “estou em segurança”;
Evitar fugir do local da crise, se possível;
Focar em estímulos externos, como a textura de objetos ou sons ao redor;
Ter um plano de ação pré-estabelecido com o terapeuta.
A presença de alguém calmo e informado sobre o que está acontecendo também faz diferença.
Conclusão
A síndrome do pânico é um transtorno real, com sintomas intensos e incapacitantes — mas que tem tratamento e não define quem você é. Com informação, acolhimento e ajuda profissional, é possível recuperar a autonomia e a qualidade de vida.
Se você ou alguém próximo vive episódios parecidos com os descritos aqui, não ignore: buscar ajuda é o primeiro passo para superar o medo.



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