Úlcera de frio: o que é, sintomas, como tratar e prevenir
- medicinaatualrevis
- 6 de ago.
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Em regiões muito frias, nosso corpo precisa manter a temperatura interna estável para proteger os órgãos vitais. Para isso, ele reduz a circulação sanguínea na pele e nas extremidades, como mãos, pés, nariz e orelhas.
Quando a exposição ao frio intenso é prolongada ou ocorre sem proteção adequada, essa redução de fluxo pode causar lesões nos tecidos, conhecidas como úlceras de frio ou geladuras.
Essa condição, além de dolorosa, pode causar danos permanentes se não for tratada a tempo. Em casos graves, o tecido congelado pode morrer, levando até à amputação. Apesar de ser mais comum em locais com inverno rigoroso, a úlcera de frio pode ocorrer mesmo em ambientes urbanos, especialmente em situações de vulnerabilidade, como em pessoas em situação de rua ou trabalhadores expostos ao tempo.
Neste artigo, vamos te explicar como essas lesões se formam, quais os sinais de alerta, como tratar e, principalmente, como evitar que o frio machuque sua pele.
Como a úlcera de frio se forma?
A úlcera de frio ocorre quando a pele e os tecidos subjacentes congelam por causa de temperaturas muito baixas ou contato direto com superfícies congeladas. O risco é maior quando há:
Temperatura ambiente inferior a 0 °C;
Presença de vento forte e úmido;
Roupa inadequada ou molhada;
Imobilidade prolongada em ambiente gelado.
O congelamento dos tecidos leva à formação de cristais de gelo nas células, rompendo suas estruturas e provocando inflamação, necrose e, nos casos mais graves, gangrena.
Principais fatores de risco
Algumas pessoas têm maior risco de desenvolver a úlcera de frio:
Pessoas em situação de rua ou que trabalham ao ar livre;
Quem pratica esportes de inverno (alpinismo, esqui, trilhas);
Crianças e idosos, que perdem calor com mais facilidade;
Pessoas com diabetes, má circulação ou doenças vasculares;
Uso de álcool, drogas ou medicamentos que reduzem a sensibilidade ao frio.
Sintomas e sinais da úlcera de frio
Os sinais da úlcera de frio variam de acordo com a gravidade da lesão. As geladuras são classificadas em graus — como as queimaduras térmicas — e podem evoluir rapidamente se não houver aquecimento.
Estágio inicial (frostnip):
Pele fria, pálida ou esbranquiçada;
Dormência ou formigamento leve;
Sensação de queimação quando a pele começa a aquecer.
Geladura de 1º grau:
Vermelhidão e inchaço;
Formação de bolhas pequenas e dor local;
Recuperação total possível com cuidados simples.
Geladura de 2º grau ou mais:
Bolhas maiores com líquido claro ou escuro;
Região endurecida, azulada ou arroxeada;
Perda de sensibilidade;
Risco de necrose e infecção.
Casos graves (3º e 4º grau):
Tecido enegrecido, necrosado;
Ausência total de sensibilidade;
Comprometimento de músculos, tendões e ossos;
Possibilidade de amputação.
Locais mais atingidos pela úlcera de frio
As partes do corpo mais vulneráveis são:
Dedos das mãos e dos pés;
Nariz e orelhas;
Face e bochechas;
Queixo.
Essas regiões têm menor irrigação sanguínea em situações de frio extremo e, por isso, sofrem mais com a falta de calor.
O que fazer ao identificar uma úlcera de frio? (H2)
Ao menor sinal de congelamento, o ideal é agir rapidamente. Veja as condutas recomendadas:
Faça:
Remova a pessoa da fonte de frio imediatamente;
Aqueça a área afetada com água morna (entre 37 °C e 40 °C);
Seque suavemente e cubra com gaze limpa;
Eleve o membro afetado, se possível;
Procure atendimento médico o quanto antes.
Evite:
Esfregar a pele congelada (isso agrava a lesão);
Romper bolhas;
Usar fontes de calor direto, como água muito quente, fogões ou aquecedores (podem causar queimaduras);
Reaquecer a área se não puder mantê-la aquecida depois (recongelamento é ainda mais prejudicial).
Tratamento médico da úlcera de frio
O tratamento depende da extensão da lesão. Casos leves podem se resolver com aquecimento e curativos. Já as lesões moderadas ou graves exigem:
Cuidados com feridas e bolhas;
Uso de analgésicos e anti-inflamatórios;
Antibioticoterapia se houver infecção secundária;
Internação hospitalar em casos de necrose;
Cirurgias para desbridamento (remoção de tecido morto) ou amputação, se necessário.
Além disso, pode ser necessário reabilitação para recuperar a função do membro afetado.
Como prevenir a úlcera de frio? (H2)
A melhor forma de evitar a úlcera de frio é se proteger corretamente contra as baixas temperaturas. Algumas medidas são simples e muito eficazes:
Use roupas térmicas, luvas, touca e meias de lã;
Proteja o rosto e o nariz com cachecóis ou máscaras;
Evite roupas molhadas e mantenha o corpo seco;
Faça pausas em ambientes aquecidos, se estiver ao ar livre;
Ingira líquidos quentes e mantenha boa alimentação;
Evite álcool antes da exposição ao frio (ele reduz a percepção térmica).
Pessoas com doenças circulatórias devem ter atenção redobrada, e em situações extremas, o ideal é sempre ter abrigo com aquecimento disponível.
Conclusão
A úlcera de frio é uma lesão séria que pode afetar qualquer pessoa exposta ao frio intenso sem a devida proteção. Embora muitas vezes negligenciada, essa condição pode evoluir rapidamente e causar complicações graves. Por isso, entender os sintomas, saber como agir diante de um caso e — acima de tudo — prevenir, é fundamental para garantir a saúde e a integridade do corpo em dias de frio.



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