Carcinoma epidermóide: quando uma ferida na pele pode esconder algo sério
- medicinaatualrevis
- 10 de out.
- 3 min de leitura

O carcinoma epidermóide, também chamado de carcinoma espinocelular, é um tipo de câncer de pele que se origina nas células escamosas — células planas que formam a camada mais superficial da pele.
É o segundo tipo mais comum de câncer de pele, ficando atrás apenas do carcinoma basocelular. Apesar de crescer mais lentamente que o melanoma, o carcinoma epidermóide pode invadir tecidos mais profundos e, em alguns casos, se espalhar para outros órgãos, especialmente quando não tratado a tempo.
Como ele surge
A principal causa do carcinoma epidermóide é a exposição crônica à radiação ultravioleta (UV), proveniente do sol ou de câmaras de bronzeamento. A radiação danifica o DNA das células da pele, provocando mutações que, com o tempo, favorecem o surgimento do câncer.
Outros fatores também aumentam o risco:
pele clara e sensível ao sol;
idade avançada;
histórico de queimaduras solares;
imunidade baixa (por doenças ou medicamentos);
cicatrizes antigas, feridas crônicas ou lesões pré-cancerosas (como a ceratose actínica);
exposição a produtos químicos, como arsênio e alcatrão.
Onde o carcinoma epidermóide aparece
O carcinoma epidermóide pode surgir em qualquer parte do corpo, mas é mais frequente nas áreas expostas ao sol, como:
rosto (nariz, testa, orelhas e lábios);
couro cabeludo em pessoas calvas;
pescoço, mãos e antebraços.
Também pode ocorrer em mucosas (boca, língua, genitais) e cicatrizes antigas, onde a pele
já sofreu alterações.
Como identificar os primeiros sinais
O carcinoma epidermóide começa, muitas vezes, como uma pequena lesão avermelhada, áspera ou descamativa, que não cicatriza. Com o tempo, pode aumentar de tamanho, sangrar ou formar uma crosta espessa.
Os sinais de alerta incluem:
ferida que não cicatriza e sangra com facilidade;
lesão elevada, avermelhada ou endurecida;
área com crosta persistente;
dor, coceira ou sensibilidade local;
aumento de volume em gânglios próximos (em casos mais avançados).
A palavra-chave é persistência: qualquer lesão que não melhora após algumas semanas deve ser avaliada por um dermatologista.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio da biópsia da lesão, um exame simples em que o médico retira um pequeno fragmento da pele para análise microscópica.
Outros exames podem ser solicitados em casos suspeitos de disseminação:
ultrassonografia ou tomografia, se houver suspeita de metástase;
exame físico detalhado dos linfonodos (gânglios).
Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, maior a chance de cura completa.
Tratamento
O tratamento do carcinoma epidermóide depende do tamanho, da profundidade e da localização do tumor. As principais opções incluem:
Cirurgia: é o tratamento mais comum e eficaz. A remoção completa do tumor, com margem de segurança, geralmente garante cura.
Cirurgia de Mohs: indicada para áreas delicadas (como rosto e nariz), remove camadas finas de pele até eliminar todo o tumor, preservando o máximo de tecido saudável.
Curetagem e cauterização: usada em lesões pequenas e superficiais.
Radioterapia: indicada para casos em que a cirurgia não é possível ou como complemento para tumores mais agressivos.
Tratamentos tópicos: cremes com medicamentos antitumorais, usados em lesões iniciais.
Nos casos mais graves, quando há disseminação, pode ser necessário tratamento com imunoterapia ou quimioterapia.
Prognóstico
Quando diagnosticado no início, o carcinoma epidermóide tem altas taxas de cura, superiores a 95%. No entanto, se o tumor crescer profundamente ou se espalhar, o tratamento se torna mais complexo e o prognóstico, mais reservado.
Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais.
Como prevenir o carcinoma epidermóide
A prevenção é simples e envolve atitudes diárias de proteção solar:
usar protetor solar todos os dias, mesmo em dias nublados;
evitar exposição ao sol entre 10h e 16h;
usar chapéus, bonés e roupas com proteção UV;
evitar câmaras de bronzeamento;
observar regularmente a própria pele e procurar um dermatologista diante de qualquer lesão suspeita.
Além disso, pessoas com histórico de câncer de pele devem fazer acompanhamento periódico.
Conclusão
O carcinoma epidermóide é um câncer de pele comum, mas potencialmente agressivo se ignorado.O diagnóstico precoce e o tratamento adequado garantem cura na maioria dos casos.A melhor estratégia continua sendo a prevenção solar — um hábito simples que protege não apenas contra o envelhecimento precoce, mas também contra o câncer.



Comentários