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Dermatite seborreica: quando a inflamação da pele incomoda, mas pode ser controlada

Dermatite seborreica

A dermatite seborreica é uma condição inflamatória crônica da pele que se manifesta em áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro cabeludo, sobrancelhas, nariz, orelhas e até parte superior do tronco. É conhecida popularmente como “caspa”, quando restrita ao couro cabeludo, mas pode ir além, provocando vermelhidão, descamação oleosa e coceira.

Embora seja benigna e não represente risco de vida, causa desconforto estético, baixa autoestima e, em alguns casos, pode ser confundida com falta de higiene. A realidade é que trata-se de um problema comum, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e que não tem cura definitiva — mas pode ser controlado com tratamento adequado.

O que causa a dermatite seborreica?

A causa exata ainda não é totalmente compreendida, mas a ciência já identificou fatores-chave. O principal é a presença do fungo Malassezia, que habita naturalmente a pele humana. Em pessoas suscetíveis, a resposta inflamatória ao fungo é exagerada, levando às lesões típicas.

Outros fatores podem piorar o quadro ou desencadear crises:

  • Predisposição genética;

  • Alterações hormonais (por isso é comum em adolescentes e adultos jovens);

  • Estresse físico e emocional;

  • Mudanças climáticas, sobretudo frio e tempo seco;

  • Sistema imunológico enfraquecido (como em pacientes com HIV/AIDS ou em uso de imunossupressores);

  • Doenças neurológicas, como Parkinson, que têm associação conhecida com formas mais graves da doença.

Sintomas característicos

Os sintomas variam em intensidade, mas geralmente seguem um padrão típico:

  • No couro cabeludo: descamação branca ou amarelada, oleosa, acompanhada de coceira (a famosa caspa);

  • Na face: placas vermelhas e descamativas em sobrancelhas, cantos do nariz e atrás das orelhas;

  • No tronco: lesões em forma de placas avermelhadas e escamosas na parte central do peito;

  • Em bebês: forma conhecida como “crosta láctea”, que aparece nos primeiros meses de vida e costuma regredir espontaneamente;

  • Sintomas subjetivos: coceira, sensibilidade, ardor ou até irritação pela aparência estética.

Em casos mais intensos, a dermatite seborreica pode impactar a autoestima, levando a ansiedade ou retraimento social.

Quem pode ter dermatite seborreica?

A doença pode afetar qualquer pessoa, mas existem grupos mais vulneráveis:

  • Bebês, nos primeiros meses de vida;

  • Adolescentes e adultos jovens, fase de maior atividade das glândulas sebáceas;

  • Adultos na meia-idade, especialmente homens;

  • Idosos e pacientes imunossuprimidos, que tendem a ter quadros mais resistentes.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da dermatite seborreica é clínico, ou seja, baseado na observação das lesões pelo médico dermatologista. Em geral, não há necessidade de exames laboratoriais. Em casos atípicos, pode-se investigar outras doenças semelhantes, como:

  • Psoríase: que também causa descamação, mas em placas mais espessas e em áreas como cotovelos e joelhos;

  • Micoses cutâneas: provocadas por fungos dermatófitos;

  • Dermatite de contato: reação a produtos químicos ou cosméticos.

Tratamento da dermatite seborreica

O tratamento tem como objetivo controlar a inflamação e reduzir a proliferação do fungo Malassezia.

  • Shampoos antifúngicos: à base de cetoconazol, piritionato de zinco ou sulfeto de selênio são a base do tratamento para couro cabeludo;

  • Cremes antifúngicos: usados em regiões como rosto e tronco;

  • Corticoides tópicos: aplicados em curto prazo para crises mais intensas, reduzindo inflamação e vermelhidão;

  • Inibidores de calcineurina (como tacrolimo): alternativa para áreas delicadas, como rosto, onde o uso prolongado de corticoides não é recomendado;

  • Medidas gerais: higiene regular da pele e controle de fatores desencadeantes, como estresse.

Vale lembrar que a dermatite seborreica não tem cura definitiva. O tratamento deve ser contínuo, com ajustes conforme a evolução.

Convivendo com a doença

Por ser crônica, a dermatite seborreica exige cuidados ao longo da vida. Muitos pacientes experimentam períodos de melhora intercalados com crises. Ter acompanhamento médico ajuda a adaptar o tratamento, evitando que os sintomas causem impacto significativo na qualidade de vida.

Além disso, mudanças no estilo de vida podem reduzir as crises:

  • Reduzir níveis de estresse com técnicas de relaxamento;

  • Dormir bem e manter hábitos regulares de sono;

  • Lavar o couro cabeludo regularmente, sem uso excessivo de produtos agressivos;

  • Evitar álcool em excesso e manter alimentação equilibrada, já que a saúde da pele reflete o estado geral do organismo.

Dermatite seborreica em bebês: crosta láctea

Nos bebês, a dermatite seborreica surge como placas amareladas e oleosas no couro cabeludo. Apesar do aspecto que preocupa os pais, geralmente não causa dor ou coceira significativa. Na maioria dos casos, desaparece espontaneamente em semanas ou meses, sem deixar sequelas.

A orientação médica é essencial para diferenciar a crosta láctea de outras condições, como eczema atópico ou micoses. O tratamento costuma ser simples, com loções emolientes e shampoos suaves.

Complicações possíveis

A dermatite seborreica não é contagiosa nem perigosa. No entanto, se não for controlada, pode trazer complicações como:

  • Infecções secundárias por coçar intensamente as lesões;

  • Queda de cabelo temporária, devido à inflamação no couro cabeludo;

  • Impacto emocional, devido ao desconforto estético e social.

Conclusão

A dermatite seborreica é uma condição comum, crônica e benigna, mas que pode afetar significativamente a autoestima e a qualidade de vida. Embora não exista cura definitiva, os tratamentos atuais permitem controlar bem os sintomas. Identificar fatores desencadeantes, manter acompanhamento dermatológico e adotar hábitos saudáveis são as melhores estratégias para conviver bem com a doença.

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