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Esporotricose: a “doença do jardineiro” que pode afetar humanos e animais

Esporotricose

A esporotricose é uma infecção fúngica causada pelo fungo Sporothrix schenckii, encontrado no solo, plantas, espinhos e madeira em decomposição. Por isso, ela é popularmente chamada de “doença do jardineiro”, já que muitas infecções surgem após contato com espinhos de rosas, arranhões de gatos infectados ou manipulação de plantas contaminadas.

Embora seja uma micose rara em comparação com outras, sua importância cresce porque pode afetar humanos e animais, sendo considerada uma zoonose.

Como ocorre a transmissão

A infecção geralmente acontece quando o fungo entra na pele por meio de ferimentos, cortes ou arranhões. Existem duas principais formas de transmissão:

  • Contato com plantas ou solo contaminado: ao manusear espinhos, galhos ou madeira;

  • Arranhadura ou mordida de gatos infectados: uma das principais vias de transmissão no Brasil.

Vale ressaltar que a esporotricose não é transmitida de pessoa para pessoa.

Quem tem mais risco de contrair a doença

Alguns grupos estão mais expostos ao fungo:

  • Jardineiros, floristas e trabalhadores rurais;

  • Pessoas que lidam com madeira, palha ou solo;

  • Tutores e veterinários que cuidam de gatos infectados;

  • Indivíduos com sistema imunológico enfraquecido.

Sintomas da esporotricose

Os sintomas podem variar de leves a graves, dependendo da forma clínica da doença.

Forma cutânea (mais comum)

  • Pequeno nódulo avermelhado na pele, geralmente indolor no início;

  • Evolução para feridas ulceradas;

  • Lesões que se espalham em linha, acompanhando vasos linfáticos;

  • Mais frequente em braços, mãos e pernas.

Forma pulmonar

Mais rara, ocorre quando os esporos do fungo são inalados. Os sintomas lembram tuberculose:

  • Tosse persistente;

  • Dor no peito;

  • Emagrecimento;

  • Febre baixa.

Forma disseminada

Atinge órgãos internos e ocorre principalmente em pessoas com imunidade muito baixa. É grave e exige tratamento imediato.

Diagnóstico da esporotricose

O diagnóstico é feito por médico dermatologista ou infectologista.

  • Exame clínico: avaliação das lesões características;

  • Exame micológico: coleta de secreção ou fragmento da lesão para identificar o fungo;

  • Biópsia: em casos duvidosos, pode confirmar a presença do Sporothrix.

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações e reduzir o risco de transmissão a outros animais e pessoas.

Tratamento da esporotricose

O tratamento é eficaz, mas exige disciplina, já que pode durar semanas ou meses.

  • Itraconazol: é o medicamento mais usado, administrado por via oral;

  • Terbinafina: opção em alguns casos;

  • Anfotericina B: reservada para formas graves e disseminadas;

  • Tratamento de animais infectados: também deve ser realizado, pois gatos não tratados são importantes fontes de transmissão.

É essencial não interromper o tratamento antes do tempo indicado, mesmo que as lesões melhorem. A interrupção precoce pode levar à recidiva da doença.

Prevenção da esporotricose

Como se trata de uma micose associada ao contato ambiental e animal, algumas medidas ajudam a reduzir os riscos:

  • Usar luvas ao manipular plantas, solo e madeira;

  • Higienizar ferimentos na pele imediatamente após acidentes com espinhos;

  • Evitar contato direto com gatos doentes até que estejam em tratamento;

  • Procurar atendimento médico ao surgirem feridas persistentes na pele;

  • Manter acompanhamento veterinário para gatos, já que eles podem ser fonte de infecção.

Esporotricose em gatos

Os gatos são especialmente vulneráveis à esporotricose e desempenham papel central na transmissão da doença para humanos.

  • As lesões aparecem na face, orelhas e patas;

  • Os animais podem apresentar espirros, secreção nasal e emagrecimento;

  • O tratamento é longo e exige acompanhamento veterinário;

  • O abandono de gatos doentes agrava a disseminação da doença.

Complicações possíveis

Na maioria dos casos, a esporotricose cutânea responde bem ao tratamento. No entanto, sem cuidados, pode evoluir para formas mais graves:

  • Infecção óssea;

  • Atingir articulações, causando artrite fúngica;

  • Disseminação para pulmões, olhos e sistema nervoso em imunossuprimidos.

A esporotricose no Brasil

Nos últimos anos, o Brasil registrou um aumento no número de casos de esporotricose, especialmente nas regiões Sudeste e Sul. O contato com gatos infectados é considerado o principal responsável pela disseminação.

Campanhas de conscientização sobre a importância de tratar animais e adotar medidas de prevenção têm sido essenciais para conter a doença.

Conclusão

A esporotricose é uma micose que, embora não seja comum, merece atenção por ser transmitida por gatos e causar feridas persistentes na pele. O diagnóstico precoce, o tratamento adequado e os cuidados preventivos são fundamentais para controlar a doença tanto em humanos quanto em animais.

A conscientização é a melhor forma de evitar complicações e interromper a cadeia de transmissão.

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