Estridor: quando o barulho da respiração revela um problema nas vias aéreas
- medicinaatualrevis
- 17 de set.
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O estridor é um som respiratório anormal, geralmente descrito como um ruído agudo, semelhante a um assobio ou chiado metálico, que ocorre durante a inspiração, expiração ou ambos. Esse barulho indica que há um estreitamento ou obstrução nas vias aéreas superiores, como laringe, traqueia ou brônquios principais.
Embora algumas pessoas confundam o estridor com a “chiadeira” da asma, são condições diferentes. O chiado típico da asma surge das vias aéreas inferiores, enquanto o estridor sinaliza problema na parte superior do sistema respiratório.
Principais causas de estridor
O estridor não é uma doença em si, mas um sinal clínico que pode ter diversas causas, variando conforme a idade do paciente.
Em crianças: é frequentemente causado por infecções virais (como a laringotraqueobronquite, conhecida como crupe), inalação de corpo estranho ou malformações congênitas da laringe.
Em adultos: pode estar associado a tumores de laringe ou traqueia, reações alérgicas graves, infecções bacterianas, estenoses (estreitamentos) ou até complicações pós-intubação.
Sintomas associados
O estridor costuma vir acompanhado de outros sinais e sintomas que ajudam a identificar sua causa.
Dificuldade para respirar;
Ronquidão ou voz rouca;
Tosse persistente;
Cianose (coloração arroxeada da pele e lábios, por falta de oxigênio);
Ansiedade ou agitação devido à falta de ar.
Diagnóstico clínico
O diagnóstico de estridor começa com uma avaliação clínica cuidadosa. O médico observa a intensidade, o momento em que o som aparece (inspiração ou expiração) e se há sinais de sofrimento respiratório.
Exames complementares podem incluir:
Laringoscopia ou broncoscopia: permitem visualizar diretamente a via aérea;
Radiografia e tomografia: ajudam a identificar obstruções ou estreitamentos;
Exames de sangue: úteis para avaliar presença de infecção.
Em casos graves, a avaliação é imediata, pois o estridor pode ser um sinal de risco iminente de obstrução completa das vias aéreas.
Tratamento do estridor
O tratamento depende diretamente da causa identificada.
Infecções virais (crupe): geralmente tratadas com corticoides e nebulizações;
Reações alérgicas graves: exigem uso rápido de adrenalina e suporte médico emergencial;
Corpo estranho aspirado: necessita de remoção imediata, muitas vezes por broncoscopia;
Tumores ou estenoses: podem requerer cirurgia, laser ou dilatação da via aérea;
Casos graves com risco de asfixia: podem precisar de intubação de urgência ou traqueostomia.
Complicações e riscos
Ignorar o estridor pode trazer consequências sérias, pois ele indica um problema estrutural ou funcional nas vias respiratórias. Se não tratado, pode evoluir para obstrução total, hipóxia grave e até óbito. Em crianças pequenas, esse risco é ainda maior, devido ao calibre naturalmente mais estreito da laringe e traqueia.
Prevenção
Algumas causas de estridor não podem ser prevenidas, como malformações congênitas. No entanto, medidas simples ajudam a reduzir os riscos:
Evitar que crianças pequenas brinquem com objetos pequenos que possam ser aspirados;
Controlar alergias com acompanhamento médico;
Tratar infecções respiratórias de forma adequada;
Seguir protocolos de segurança em intubações hospitalares.
Conclusão
O estridor é um sinal de alerta que nunca deve ser ignorado. Embora nem sempre indique risco imediato, pode ser manifestação de problemas graves nas vias aéreas. Reconhecer o som e buscar atendimento médico rapidamente são passos fundamentais para garantir a segurança do paciente e evitar complicações potencialmente fatais.
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