Falta de apetite: quando é sinal de alerta?
- medicinaatualrevis
- 17 de jun.
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Todos nós passamos por dias em que simplesmente não sentimos vontade de comer. Isso pode ser consequência de uma noite mal dormida, cansaço ou até uma emoção forte. No entanto, quando a falta de apetite se torna frequente, interfere nas refeições e causa perda de peso sem explicação, é preciso acender o sinal de alerta.
A alimentação é fundamental para o bom funcionamento do corpo, e sua ausência pode estar relacionada a problemas físicos ou psicológicos que precisam ser investigados.
Causas mais comuns da falta de apetite
A falta de apetite pode ter origem em diferentes áreas do organismo. Pode ser algo passageiro ou sinal de que algo mais profundo está acontecendo. Abaixo, listamos as principais causas que afetam o apetite de forma significativa.
1. Estresse, ansiedade e depressão
Os transtornos emocionais estão entre os principais causadores da perda de apetite. O estômago e o intestino estão diretamente ligados ao cérebro e refletem os desequilíbrios emocionais.Em casos mais graves, a pessoa sente náuseas só de pensar em comer.
2. Doenças infecciosas ou virais
Gripe, dengue, COVID-19 e outras infecções costumam causar queda do apetite. O corpo em estado inflamatório se volta para a recuperação, diminuindo o foco na digestão. O sintoma é geralmente passageiro, mas deve ser acompanhado se persistir após a melhora.
3. Distúrbios hormonais
Alterações na tireoide, como o hipertireoidismo, podem impactar diretamente o apetite. Menopausa, síndrome do ovário policístico (SOP) e desequilíbrios do cortisol também influenciam. Alterações hormonais afetam o metabolismo e a percepção de fome.
4. Medicamentos
Alguns remédios reduzem a sensação de fome como efeito colateral. Entre os mais comuns estão antidepressivos, ansiolíticos, antibióticos e quimioterápicos. Atenção especial para idosos em uso contínuo de múltiplas medicações.
5. Doenças digestivas
Úlcera, gastrite, refluxo e síndrome do intestino irritável podem causar desconforto após comer, levando à perda de apetite. Em alguns casos, a pessoa evita comer para não sentir dor ou inchaço. Náuseas, queimação e empachamento são sinais frequentes.
Quando a falta de apetite é sinal de alerta
Em muitos casos, a falta de apetite é temporária. Mas, quando o sintoma persiste, interfere no peso ou vem acompanhado de outros sinais, é necessário buscar orientação médica. A perda de nutrientes pode trazer prejuízos sérios à saúde física e mental.
Procure avaliação profissional se:
A perda de apetite durar mais de 1 a 2 semanas.
Houver perda de peso significativa sem intenção.
Aparecerem sintomas como febre, fraqueza, palidez ou diarreia.
Você tiver histórico de doenças como câncer, HIV ou diabetes.
Houver sinais de depressão, isolamento social ou distúrbios alimentares.
Como o diagnóstico é feito
O médico irá avaliar o histórico clínico completo, o padrão alimentar e os sintomas associados. Dependendo da suspeita, exames laboratoriais e de imagem podem ser solicitados para identificar possíveis causas ocultas.
Avaliação nutricional e registro alimentar.
Exames de sangue: hemograma, função hepática, glicemia, TSH, ferro, vitaminas.
Ultrassonografia abdominal: se houver sintomas gastrointestinais.
Exames de imagem ou endoscopia: em casos com sinais de alarme.
Avaliação psicológica ou psiquiátrica: se houver suspeita de causa emocional.
Consequências da perda de apetite prolongada
Ficar longos períodos sem se alimentar adequadamente traz riscos reais à saúde. Além da perda de peso, há comprometimento do sistema imunológico, da saúde muscular e da capacidade cognitiva.
Deficiência de vitaminas e minerais.
Enfraquecimento dos músculos (inclusive do coração).
Queda de cabelo, unhas fracas e pele seca.
Aumento do risco de infecções.
Fadiga física e mental.
Em idosos, maior risco de quedas, fraturas e hospitalizações.
O que fazer para estimular o apetite
Quando não há contraindicação médica, algumas estratégias ajudam a recuperar o apetite de forma saudável. O ideal é fazer isso com o acompanhamento de um nutricionista ou médico.
Fracionar as refeições em pequenas porções ao longo do dia.
Apostar em alimentos mais calóricos e nutritivos (abacate, ovos, oleaginosas).
Evitar jejum prolongado.
Tornar as refeições mais atrativas: pratos coloridos, aromas e texturas.
Fazer refeições em ambiente tranquilo e agradável.
Praticar exercícios leves para estimular o apetite naturalmente.
Buscar apoio psicológico em casos de ansiedade, depressão ou distúrbios alimentares.
Conclusão
A falta de apetite pode parecer um sintoma leve, mas quando persistente, é um sinal de que algo no corpo — ou nas emoções — está fora de equilíbrio. Identificar as causas e agir precocemente evita complicações nutricionais e melhora a qualidade de vida. Se você ou alguém próximo está comendo menos, perdendo peso ou demonstrando desinteresse pela alimentação, não ignore. Cuidar do apetite é cuidar da saúde como um todo.



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