Gripe K é identificada no Brasil: como é a variante do influenza A que gerou alerta da OMS para 2026
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A detecção de um caso da chamada gripe K no Brasil acendeu um importante sinal de vigilância epidemiológica entre profissionais de saúde e autoridades sanitárias. Essa variante faz parte do vírus da influenza A (subtipo H3N2) e tem sido monitorada globalmente após a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitir um alerta para a temporada de gripe que se aproxima em 2026.
Apesar de o nome “gripe K” ter ganhado espaço na mídia, é fundamental entender o que essa designação significa, como ela se relaciona com os vírus já conhecidos e por que a OMS está atenta — mesmo sem indícios de maior gravidade clínica até o momento.
O que é a gripe K e por que recebeu esse nome
A chamada “gripe K” nada mais é do que uma variante genética – tecnicamente um subclado – do vírus influenza A H3N2. O vírus influenza A H3N2 já circula entre humanos há décadas e é um dos principais responsáveis pelas epidemias sazonais de gripe.
A letra “K” é usada pela OMS para designar uma ramificação específica no código genético desse vírus que foi detectada com maior frequência em amostras coletadas internacionalmente desde meados de 2025.
Essa variante foi chamada de “gripe K” na mídia, mas ela não representa um vírus completamente novo: trata-se de uma evolução esperada dentro do H3N2, que sofre mutações constantes ao longo do tempo como parte natural de sua dinâmica epidemiológica.
Detecção no Brasil: o que foi observado
O Ministério da Saúde brasileiro confirmou a identificação de um caso da gripe K em amostras analisadas no estado do Pará, de acordo com o Informe de Vigilância das Síndromes Gripais referente à semana epidemiológica 49, divulgado em dezembro de 2025.
Até o momento, esse achado indica apenas a circulação isolada do subclado K em território nacional. Não foi observado um aumento imediato de casos graves decorrentes dessa variante no Brasil.
Por que a OMS emitiu um alerta para 2026
A OMS emitiu um alerta global porque tem observado um aumento rápido da circulação do subclado K em diversas regiões do mundo, incluindo Europa, Ásia e América do Norte. Esse crescimento acelerado coincide com o início da temporada de gripe no Hemisfério Norte, que pode gerar maior pressão sobre os sistemas de saúde.
Embora os dados atuais não indiquem que a gripe K cause quadros clinicamente mais graves do que outras variantes do H3N2, a preocupação está relacionada principalmente à sua capacidade de se espalhar rapidamente, potencialmente antecipando e intensificando a temporada de gripe em 2026.
Sintomas esperados e grupos de risco
Os sintomas observados na gripe K são indistinguíveis dos da gripe sazonal tradicional, incluindo:
febre;
tosse;
dor de garganta;
coriza ou congestão nasal;
dores no corpo e mal-estar geral.
Os grupos mais vulneráveis a complicações graves permanecem os mesmos historicamente associados às gripes sazonais: idosos, crianças pequenas, gestantes, pessoas com doenças crônicas ou com imunidade comprometida.
Embora a maioria das infecções de gripe resulte em recuperação completa em poucos dias, complicações como pneumonia bacteriana ou descompensação de doenças crônicas podem ocorrer nesses grupos de risco.
Vacinação e medidas de prevenção continuam essenciais
A vacina anual contra a influenza, já oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com base nas recomendações da OMS, protege contra vários subtipos de vírus influenza A e B.
Mesmo que a gravidade da gripe K não seja maior, a vacinação é uma ferramenta eficaz na redução de casos graves, hospitalizações e mortes, especialmente entre os grupos prioritários.
Medidas tradicionais de prevenção também são recomendadas:
higiene frequente das mãos;
etiqueta respiratória (cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar);
evitar contato próximo com pessoas sintomáticas;
manter ambientes ventilados.
Essas medidas, aliadas ao monitoramento epidemiológico, ajudam a reduzir a transmissão geral dos vírus respiratórios.
O que isso significa para a temporada de gripe no Brasil
A identificação da gripe K no Brasil não indica um surto imediato de maior gravidade, mas reforça a importância da vigilância contínua, da vacinação antecipada e da preparação dos serviços de saúde para 2026.
Especialistas alertam que temporadas dominadas por variantes do H3N2 — como a K — costumam estar associadas a maior circulação viral e maior número de casos, o que pode resultar em pressão adicional sobre hospitais e unidades de saúde, principalmente no inverno.
Conclusão
A gripe K representa uma evolução genética do vírus influenza A (H3N2), agora identificada em amostras brasileiras, e motivou um alerta da OMS para acompanhar sua disseminação em 2026. Embora os sintomas e a gravidade clínica não afastem do padrão da gripe sazonal conhecida, a velocidade de circulação da variante exige atenção e preparo dos sistemas de saúde.A vacinação continua sendo a medida preventiva mais eficaz para reduzir complicações graves e proteger especialmente os grupos de risco.
Fonte: BBC News



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