Hipertensão ocular: quando a pressão nos olhos ameaça sua visão silenciosamente
- medicinaatualrevis
- há 12 horas
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A hipertensão ocular é uma condição caracterizada pelo aumento da pressão dentro do olho, chamada de pressão intraocular (PIO), sem que haja sinais de dano no nervo óptico ou perda de visão.
Ela não é uma doença por si só, mas é considerada um fator de risco importante para o desenvolvimento do glaucoma, uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo. Por ser silenciosa, muitas pessoas convivem com a hipertensão ocular sem saber, até que exames de rotina a identifiquem.
Como funciona a pressão dentro do olho
O olho humano produz constantemente um líquido chamado humor aquoso, responsável por nutrir estruturas internas e manter sua forma. Esse líquido é drenado por canais específicos.
Quando há desequilíbrio entre a produção e a drenagem do humor aquoso, a pressão intraocular aumenta, levando à hipertensão ocular.
Causas da hipertensão ocular
Diversos fatores podem estar envolvidos no aumento da pressão ocular:
Produção excessiva de humor aquoso;
Drenagem deficiente desse líquido;
Uso prolongado de medicamentos corticoides (colírios, comprimidos, inaladores);
Traumas oculares anteriores;
Doenças oculares, como uveítes;
Predisposição genética.
Quem tem mais risco de desenvolver hipertensão ocular
Alguns grupos apresentam maior probabilidade de desenvolver a condição:
Pessoas acima dos 40 anos;
Indivíduos com histórico familiar de glaucoma;
Pessoas com miopia elevada;
Portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial;
Pacientes em uso prolongado de corticoides.
Sintomas da hipertensão ocular
Um dos maiores desafios da hipertensão ocular é que, na maioria das vezes, ela não causa
sintomas. Por isso, é chamada de condição silenciosa.
Em alguns casos mais graves, podem ocorrer:
Dor ocular leve ou sensação de pressão nos olhos;
Visão turva temporária;
Cefaleia discreta.
No entanto, esses sinais não são específicos, e muitas vezes a condição só é descoberta
em consultas de rotina com o oftalmologista.
Diferença entre hipertensão ocular e glaucoma
Embora estejam relacionados, não são a mesma coisa.
Hipertensão ocular: pressão intraocular elevada, sem danos no nervo óptico;
Glaucoma: ocorre quando a pressão ocular elevada provoca lesões no nervo óptico, levando à perda progressiva do campo visual.
Nem toda pessoa com hipertensão ocular terá glaucoma, mas cerca de 10% a 15% dos pacientes evoluem para a doença ao longo dos anos, se não tratados.
Complicações da hipertensão ocular
A principal complicação é a evolução para glaucoma, especialmente em pessoas com fatores de risco associados. O glaucoma pode causar:
Perda gradual da visão periférica;
Dificuldade para enxergar em ambientes escuros;
Em estágios avançados, perda significativa ou total da visão.
Por isso, diagnosticar e acompanhar a hipertensão ocular é fundamental para evitar consequências irreversíveis.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico é realizado por meio de exames oftalmológicos.
Tonometria: mede a pressão intraocular;
Gonioscopia: avalia os canais de drenagem do humor aquoso;
Exame do nervo óptico (fundoscopia): garante que não há lesão glaucomatosa;
Campimetria visual: avalia a presença de perdas no campo de visão;
Tomografia de coerência óptica (OCT): analisa fibras do nervo óptico.
A hipertensão ocular é diagnosticada quando a pressão está acima de 21 mmHg em exames repetidos, mas sem danos no nervo óptico.
Tratamentos disponíveis
O tratamento depende da pressão registrada, dos fatores de risco e da avaliação do oftalmologista.
Observação clínica
Em casos de pressão levemente elevada, pode ser suficiente apenas acompanhamento regular.
Consultas periódicas permitem detectar qualquer evolução para glaucoma.
Colírios hipotensores oculares
Usados para reduzir a produção de humor aquoso ou aumentar sua drenagem;
São indicados quando a pressão é mais alta ou o paciente tem risco elevado de desenvolver glaucoma.
Procedimentos a laser
Podem ser utilizados em casos selecionados para melhorar a drenagem do humor aquoso.
Cirurgia
Rara em hipertensão ocular isolada, sendo mais indicada em casos de glaucoma estabelecido.
Cuidados e prevenção
Não há como evitar completamente a hipertensão ocular, mas algumas medidas ajudam a reduzir riscos:
Realizar consultas oftalmológicas regulares a partir dos 40 anos;
Evitar uso prolongado de corticoides sem prescrição médica;
Controlar doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial;
Proteger os olhos contra traumas com óculos adequados em esportes e atividades de risco.
Prognóstico
Com acompanhamento médico adequado, a maioria dos pacientes com hipertensão ocular pode manter a visão preservada ao longo da vida. O segredo está na detecção precoce e na prevenção da evolução para glaucoma.
Conclusão
A hipertensão ocular é um alerta silencioso. Embora muitas vezes não cause sintomas, pode representar o primeiro passo para o desenvolvimento do glaucoma. Consultas regulares ao oftalmologista, exames de rotina e, quando necessário, tratamento específico são fundamentais para proteger a visão.
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