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Micoplasmas: o que são, como agem no corpo e quando causam doenças

Micoplasmas

Quando falamos em bactérias, geralmente pensamos em organismos que têm uma estrutura bem definida, incluindo uma parede celular. Mas os micoplasmas fogem desse padrão.


Eles são os menores microrganismos vivos capazes de se reproduzir por conta própria, e o mais curioso: não possuem parede celular, o que os torna mais resistentes a alguns tipos de antibióticos e com comportamento único dentro do corpo humano.


Apesar de não serem tão conhecidos quanto outras bactérias, os micoplasmas são causadores frequentes de infecções respiratórias e genitais, afetando tanto crianças quanto adultos. O tipo mais comum, o Mycoplasma pneumoniae, é responsável por quadros de pneumonia atípica, especialmente em ambientes fechados como escolas e quartéis. Outros tipos afetam o trato urinário e até estão associados a problemas de fertilidade.


Neste artigo, vamos explicar de forma simples e direta o que são os micoplasmas, como ocorrem as infecções, quais sintomas observar e como é feito o tratamento.


O que são micoplasmas?


Micoplasmas são bactérias que:


  • Não têm parede celular, o que os torna flexíveis e resistentes a certos antibióticos;

  • Medem menos de 1 micrômetro, sendo invisíveis ao microscópio comum;

  • Colonizam principalmente as mucosas do trato respiratório e geniturinário;

  • Podem viver como parasitas intracelulares, o que dificulta a eliminação completa.

Existem vários tipos, mas os principais que causam doenças em humanos são:

  • Mycoplasma pneumoniae;

  • Mycoplasma genitalium;

  • Ureaplasma urealyticum;

  • Mycoplasma hominis.

Como os micoplasmas se transmitem?

A forma de transmissão depende da espécie. Os dois principais tipos são:

Respiratórios (ex: Mycoplasma pneumoniae):

  • Transmissão por gotículas de saliva ao falar, tossir ou espirrar;

  • Mais comuns em ambientes fechados e com aglomeração de pessoas;

  • Afetam principalmente adolescentes e jovens adultos.

Genitais (ex: Mycoplasma genitalium, Ureaplasma):

  • Transmissão sexual por contato com mucosas;

  • Pode ocorrer em relações hetero ou homossexuais, com ou sem sintomas;

  • Pode estar associado à doença inflamatória pélvica, infertilidade e uretrite.

Quais doenças os micoplasmas causam?

As infecções por micoplasmas variam de quadros leves a mais graves. Veja os principais:

Infecções respiratórias


O Mycoplasma pneumoniae é uma das causas mais comuns de pneumonia atípica, especialmente em jovens.

Sintomas comuns:

  • Tosse seca persistente (às vezes por semanas);

  • Febre baixa ou moderada;

  • Dor de cabeça, dor de garganta e cansaço;

  • Pouco ou nenhum catarro;

  • Sintomas mais leves que a pneumonia tradicional.


É comum que a infecção comece parecendo uma gripe comum, mas evolua lentamente com tosse prolongada.

Infecções geniturinárias

Micoplasmas como M. genitalium, M. hominis e Ureaplasma afetam as mucosas urogenitais e podem passar despercebidos.

Em mulheres:

  • Corrimento vaginal discreto;

  • Dor ao urinar;

  • Dor pélvica;

  • Infecção do colo do útero (cervicite);

  • Risco aumentado de doença inflamatória pélvica e infertilidade.

Em homens:

  • Uretrite (inflamação do canal da urina);

  • Ardência ao urinar;

  • Secreção uretral clara;

  • Pode afetar a qualidade do sêmen.

Quando suspeitar de infecção por micoplasma?

Você deve considerar a possibilidade de infecção por micoplasma quando houver:

  • Tosse persistente com febre leve e sintomas prolongados;

  • Pneumonia sem resposta a antibióticos comuns (como penicilina);

  • Infecções genitais recorrentes e sem causa definida;

  • Sintomas urinários leves, mas constantes;

  • Infertilidade sem explicação aparente.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico nem sempre é fácil, já que os micoplasmas não aparecem em exames de rotina. O médico pode solicitar:

  • Teste de PCR (biologia molecular) em secreções respiratórias, uretrais ou cervicais;

  • Sorologias específicas para Mycoplasma pneumoniae;

  • Cultura especial para micoplasmas (menos comum);

  • Exames de imagem (raio-X) nos casos respiratórios.

Muitos casos são tratados de forma empírica, com base nos sintomas e na exclusão de outras causas.

Como é o tratamento?

O tratamento envolve o uso de antibióticos específicos, já que os micoplasmas não têm parede celular — o que os torna naturalmente resistentes à penicilina e derivados.

Antibióticos eficazes incluem:

  • Azitromicina (principal escolha);

  • Doxiciclina;

  • Levofloxacino ou moxifloxacino (em casos mais graves).

A escolha depende do local da infecção, da gravidade dos sintomas e da faixa etária do paciente.

Atenção: parceiros sexuais devem ser tratados em infecções genitais, mesmo que estejam sem sintomas, para evitar reinfecção.

Como prevenir infecções por micoplasma?

Embora não haja vacina, algumas medidas podem ajudar na prevenção:

  • Evitar aglomerações fechadas, principalmente em surtos de infecção respiratória;

  • Usar preservativos, mesmo nas relações sem penetração completa;

  • Realizar exames de rotina se houver sintomas urinários persistentes;

  • Não automedicar-se, especialmente com antibióticos ineficazes;

  • Tratar adequadamente todas as ISTs, mesmo quando assintomáticas.

Conclusão

Os micoplasmas são bactérias minúsculas, mas com grande potencial de causar infecções respiratórias e genitais persistentes. Como muitas vezes passam despercebidos ou se confundem com outras doenças, é importante conhecer seus sinais e procurar avaliação médica diante de sintomas suspeitos. Com o diagnóstico correto e o tratamento adequado, é possível evitar complicações e recuperar a saúde com segurança.

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