Septo desviado: quando a obstrução nasal afeta sua respiração e qualidade de vida
- medicinaatualrevis
- 28 de ago.
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O septo nasal é uma parede interna que divide o nariz em duas narinas. Ele é formado por osso e cartilagem, garantindo suporte estrutural e o fluxo de ar equilibrado durante a respiração.
Quando essa estrutura não está no centro, chamamos de septo desviado. Essa alteração pode ser leve, sem sintomas, ou mais grave, provocando dificuldades respiratórias e outros problemas de saúde.
O que é septo desviado
O septo desviado ocorre quando o septo nasal está deslocado para um dos lados, obstruindo parcial ou totalmente a passagem do ar. A condição pode ser congênita (desde o nascimento) ou adquirida, geralmente após traumas no nariz.
Embora muitas pessoas tenham algum grau de desvio, nem todas apresentam sintomas. O problema surge quando o desvio interfere na respiração ou favorece outras doenças.
Causas do septo desviado
Existem diferentes fatores que podem levar ao desvio do septo:
Congênito: presente desde o nascimento, relacionado ao desenvolvimento embrionário;
Trauma facial: fraturas ou pancadas no nariz, comuns em acidentes e esportes de contato;
Crescimento desigual: em alguns casos, o septo pode entortar conforme a pessoa cresce.
Sintomas do septo desviado
Os sintomas variam de acordo com o grau do desvio. Entre os mais comuns estão:
Obstrução nasal em um ou ambos os lados;
Respiração mais difícil, especialmente durante o sono;
Ronco e apneia do sono;
Infecções nasais recorrentes, como sinusite;
Sangramentos nasais frequentes (epistaxe);
Dor de cabeça e sensação de pressão facial;
Voz anasalada.
Em alguns casos, os sintomas pioram com gripes e alergias respiratórias, quando o nariz já está congestionado.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico do septo desviado é clínico, realizado pelo otorrinolaringologista.
Exame físico: com o auxílio de um espéculo nasal e luz, o médico observa o alinhamento do septo;
Nasofibroscopia: exame com câmera flexível que permite visualizar detalhadamente a cavidade nasal;
Tomografia computadorizada: usada em casos complexos, especialmente antes de cirurgia.
Complicações do septo desviado
O septo desviado pode causar consequências além da dificuldade de respirar:
Sinusites frequentes: o desvio dificulta a drenagem dos seios da face;
Ronco e apneia: o fluxo de ar prejudicado aumenta risco de distúrbios do sono;
Alterações no olfato: em casos graves;
Respiração bucal crônica: pode levar a ressecamento da boca e problemas dentários;
Cansaço e fadiga: devido à má oxigenação e sono de baixa qualidade.
Tratamento do septo desviado
O tratamento depende da intensidade dos sintomas.
Tratamento clínico
Indicado para casos leves ou quando não há possibilidade de cirurgia imediata:
Uso de descongestionantes e corticoides nasais (sob prescrição médica);
Controle de alergias respiratórias;
Lavagem nasal com soro fisiológico.
Tratamento cirúrgico – septoplastia
Nos casos mais graves, a solução é a septoplastia, cirurgia que reposiciona o septo.
É realizada sob anestesia local ou geral;
O procedimento dura cerca de 1 a 2 horas;
Não altera a estética do nariz (quando associada à rinoplastia, o procedimento é chamado de septorrinoplastia);
O tempo de recuperação varia de 7 a 14 dias, com melhora progressiva da respiração.
Quem deve considerar a cirurgia
A cirurgia pode ser indicada para pessoas com:
Obstrução nasal persistente;
Infecções recorrentes dos seios da face;
Apneia do sono relacionada ao desvio;
Dificuldade de respiração que afeta atividades físicas ou sono;
Sangramentos frequentes sem outra causa.
Prevenção e cuidados
Não há como prevenir o septo desviado congênito, mas é possível reduzir riscos de agravamento:
Usar equipamentos de proteção em esportes de contato;
Tratar adequadamente rinite e sinusite;
Evitar automedicação com descongestionantes, que podem causar dependência.
Prognóstico
A maioria das pessoas com desvio leve do septo consegue viver normalmente. Já nos casos mais graves, a cirurgia proporciona alívio significativo, melhorando respiração, sono e qualidade de vida.
Curiosidades sobre o septo desviado
Estudos sugerem que até 80% da população tem algum grau de desvio do septo, mas nem sempre isso gera sintomas;
Em muitos casos, o desvio só é descoberto durante exames de rotina;
Crianças também podem ter septo desviado, mas a cirurgia geralmente é adiada até a adolescência, quando a face está mais desenvolvida.
Conclusão
O septo desviado é uma condição comum, mas muitas vezes negligenciada. Seus sintomas podem comprometer não apenas a respiração, mas também o sono e a qualidade de vida. O diagnóstico precoce e, quando necessário, a correção cirúrgica, permitem uma vida mais saudável e com respiração plena.



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