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SUS deve adotar tratamento de queimaduras com membrana que envolve o feto


 tratamento de queimaduras com membrana

O Sistema Único de Saúde (SUS) está prestes a incorporar uma tecnologia inovadora no tratamento de queimaduras: o uso da membrana amniótica, tecido biológico que reveste o feto durante a gestação. Esse material, descartado após o parto, possui propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e cicatrizantes que o tornam altamente eficaz na regeneração de tecidos.


A utilização da membrana amniótica no tratamento de queimaduras é uma alternativa que já vem sendo pesquisada há anos por centros de referência em medicina regenerativa. Agora, com a possível incorporação dessa técnica ao SUS, pacientes com queimaduras de segundo grau — que representam a maioria dos casos — poderão ter acesso a um tratamento mais rápido, menos doloroso e com menor risco de infecções.


O que é a membrana amniótica e como ela atua na cicatrização


A membrana amniótica humana é um tecido delgado, transparente e rico em colágeno, fatores de crescimento, proteínas e células-tronco. Ela atua como uma barreira biológica natural e oferece um ambiente ideal para a regeneração da pele. Entre os principais benefícios da membrana amniótica, destacam-se:


  • Redução da dor, ao cobrir terminações nervosas expostas.

  • Aceleração da cicatrização e reepitelização.

  • Prevenção de infecções, devido às suas propriedades antimicrobianas.

  • Diminuição da formação de cicatrizes e quelóides.

  • Redução da necessidade de curativos frequentes.

O material é biocompatível e, após processado em bancos de tecidos humanos, pode ser armazenado e disponibilizado para uso hospitalar.


Contexto atual do tratamento de queimaduras no Brasil


No Brasil, cerca de 1 milhão de casos de queimaduras são registrados por ano, segundo dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ). Desse total, aproximadamente 200 mil pacientes procuram serviços de urgência e emergência, e cerca de 40 mil são hospitalizados anualmente.


A maioria das vítimas são crianças e trabalhadores expostos a acidentes domésticos e ocupacionais.


O tratamento tradicional envolve:

  • Limpeza e desbridamento da área queimada.

  • Aplicação de pomadas antibióticas.

  • Uso de curativos sintéticos ou gaze.

  • Controle da dor e da infecção.


Esse processo, embora eficaz, é doloroso e exige trocas constantes de curativos, o que prolonga a internação e aumenta os custos hospitalares.


A inovação da membrana amniótica no tratamento de queimaduras


A introdução da membrana amniótica no SUS representa uma revolução na abordagem de queimaduras de segundo grau. Estudos clínicos demonstraram que seu uso reduz o tempo de cicatrização, diminui o número de trocas de curativo e, em muitos casos, elimina a necessidade de enxertos de pele.


Benefícios clínicos observados:

Benefício

Impacto no tratamento

Menor tempo de internação

Reduz custos hospitalares

Menos dor

Melhora a experiência do paciente

Redução de infecções

Menos uso de antibióticos

Cicatrização com menor fibrose

Melhora o resultado estético e funcional

Técnica de aplicação simples

Pode ser realizada em hospitais públicos com treinamento


Aplicação prática: o caso das vítimas da Boate Kiss


A tragédia da Boate Kiss, ocorrida em 2013 em Santa Maria (RS), resultou em mais de 240 mortes e centenas de feridos. Muitos sobreviventes sofreram queimaduras graves e foram tratados com a membrana amniótica, com resultados promissores.


A técnica contribuiu para uma recuperação mais rápida e com menos sequelas, demonstrando seu potencial terapêutico em situações críticas.


Processo de obtenção e preparação da membrana

A membrana amniótica é obtida de placentas doadas por mulheres que passaram por cesarianas, após consentimento informado.


O tecido é cuidadosamente processado em bancos de tecidos humanos, onde passa por etapas de limpeza, esterilização e conservação, garantindo sua segurança e eficácia para uso clínico.


Benefícios da incorporação ao SUS


A adoção da membrana amniótica pelo SUS representa um avanço significativo no tratamento de queimaduras, especialmente de segundo grau. Entre os principais benefícios estão:


  • Melhora na qualidade de vida dos pacientes: recuperação mais rápida e com menos dor.

  • Redução do tempo de internação: diminuição dos custos hospitalares.

  • Menor necessidade de medicamentos: especialmente analgésicos e antibióticos.

  • Acesso a tratamento de ponta: democratização de uma técnica antes restrita a centros especializados.


Conclusão

A incorporação da membrana amniótica no tratamento de queimaduras pelo SUS é um passo importante na modernização e humanização do atendimento médico no Brasil. Com base em evidências científicas e experiências práticas, como no caso das vítimas da Boate Kiss, essa técnica oferece uma alternativa eficaz e acessível para pacientes que enfrentam as consequências das queimaduras.

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