Desmaio: o que pode estar por trás da perda súbita de consciência?
- medicinaatualrevis
- 17 de jul.
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O desmaio, também chamado de síncope, é um evento que pode assustar tanto quem passa por ele quanto quem presencia. Trata-se de uma perda súbita e temporária da consciência, geralmente causada por queda momentânea do fluxo de sangue para o cérebro.
Apesar de ser comum e, na maioria das vezes, benigno, o desmaio pode ser um sinal de alerta. Neste artigo, você vai entender o que causa a síncope, quando ela é preocupante, como agir e como prevenir episódios futuros.
O que é a síncope?
A síncope é o termo médico usado para descrever o desmaio: uma perda rápida, breve e reversível da consciência, com recuperação completa em poucos minutos. Ela acontece quando o cérebro não recebe oxigênio suficiente por alguns segundos, geralmente por uma queda da pressão arterial ou dos batimentos cardíacos.
Essa condição afeta pessoas de todas as idades e pode ter causas simples ou mais graves.
Principais causas do desmaio
Existem diversos motivos para a síncope, e eles variam de acordo com o perfil da pessoa e o contexto. As causas mais comuns incluem:
Síncope vasovagal: a mais frequente, desencadeada por calor, dor intensa, jejum prolongado ou emoção forte;
Hipotensão postural: ocorre ao levantar-se muito rápido;
Distúrbios cardíacos: arritmias, bloqueios cardíacos, estenose da válvula aórtica;
Problemas neurológicos: crises epilépticas, acidentes isquêmicos transitórios;
Uso de medicamentos: especialmente diuréticos, vasodilatadores e antidepressivos.
O que acontece no corpo durante o desmaio?
Durante um episódio de síncope:
Há uma queda do tônus muscular (a pessoa "amolece");
O fluxo sanguíneo cerebral diminui ou interrompe brevemente;
A consciência é perdida por alguns segundos;
Ao deitar ou ser deitado, o sangue volta a circular melhor no cérebro, e a pessoa retorna rapidamente ao normal.
Geralmente, não há sequelas, mas é importante investigar a causa.
Sinais e sintomas que precedem o desmaio
Antes do desmaio propriamente dito, é comum que o corpo envie alguns sinais. Saber reconhecê-los pode evitar quedas e traumas:
Tontura repentina;
Visão turva ou escurecida;
Suor frio;
Enjoo ou náusea;
Sensação de calor;
Palidez;
Zumbido no ouvido;
Fraqueza ou sensação de "desligamento".
Ao sentir esses sintomas, o ideal é sentar-se ou deitar-se com as pernas elevadas.
Quando o desmaio é considerado preocupante?
Embora muitas síncopes sejam benignas, algumas exigem atenção médica urgente. Os sinais de alerta incluem:
Desmaios frequentes e sem causa aparente;
Perda de consciência durante o esforço físico;
Palpitações ou dor no peito antes da síncope;
Síncope acompanhada de convulsão ou rigidez;
Episódio em pessoas com doenças cardíacas conhecidas;
Queda com trauma na cabeça;
Desmaio que dura mais de 1 ou 2 minutos sem resposta.
Nesses casos, é fundamental procurar atendimento de urgência.
Como agir ao presenciar um desmaio
Saber o que fazer ajuda a evitar complicações:
Deite a pessoa de lado, com as pernas elevadas;
Afrouxe roupas apertadas e permita ventilação;
Nunca coloque nada na boca da pessoa;
Não tente dar água ou alimentos até que ela esteja completamente acordada;
Se a pessoa não retomar a consciência em até 1 minuto, acione o SAMU (192);
Se houver traumatismo ou suspeita de convulsão, mantenha a vítima imóvel e proteja a cabeça.
Exames e diagnóstico
Quando o desmaio é recorrente ou de origem desconhecida, o médico pode solicitar:
Eletrocardiograma (ECG);
Ecocardiograma;
Teste de esforço físico (esteira);
Mapa de pressão arterial;
Tilt Test (teste da inclinação para síncope vasovagal);
Avaliação neurológica, se houver suspeita de epilepsia.
Esses exames ajudam a identificar a causa e orientar o tratamento adequado.
O desmaio tem tratamento?
Sim, mas o tratamento depende da causa. Em casos simples, como a síncope vasovagal, apenas medidas preventivas são suficientes:
Evitar ficar em pé por muito tempo parado;
Manter hidratação adequada;
Alimentar-se em intervalos regulares;
Evitar ambientes muito quentes e abafados;
Realizar exercícios físicos moderados e supervisionados.
Em casos cardíacos, pode haver necessidade de:
Medicações;
Controle de arritmias;
Colocação de marcapasso.
Como prevenir novos episódios?
Se você já desmaiou alguma vez, ou sente os sintomas com frequência, adotar alguns cuidados pode ajudar:
Evite jejum prolongado;
Levante-se devagar da cama ou de cadeiras baixas;
Não faça exercícios intensos sem preparo ou orientação;
Evite ambientes abafados e sem ventilação;
Tenha sempre água e algum lanche leve por perto.
E, claro, mantenha o acompanhamento médico em dia para avaliar o risco de condições mais graves.
Conclusão
O desmaio (síncope) é um episódio comum, mas que não deve ser ignorado. Apesar de muitas vezes ser benigno, pode indicar distúrbios mais sérios — principalmente se for frequente ou vier acompanhado de outros sintomas.
Aprender a reconhecer os sinais de alerta, saber como agir e buscar ajuda médica nos casos indicados são passos fundamentais para proteger a saúde e evitar complicações.



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