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Disfunções da marcha em idosos: por que acontecem e como prevenir quedas

Disfunções da marcha em idosos

Com o avanço da idade, é comum que o corpo apresente mudanças no equilíbrio, na força muscular e na coordenação motora. Essas alterações podem afetar diretamente a marcha, ou seja, a forma de caminhar. As chamadas disfunções da marcha em idosos não devem ser vistas como “normais” ou ignoradas pois, muitas vezes, elas são sinais de alerta para problemas de saúde mais sérios e risco aumentado de quedas.


Neste artigo, você vai entender o que são essas disfunções, quais são as causas mais comuns, os riscos envolvidos e como ajudar um idoso a manter a autonomia e a segurança ao caminhar.


O que são disfunções da marcha?


Marcha é o termo técnico usado para descrever o ato de caminhar. Quando há alguma alteração no padrão da caminhada — como passos curtos, arrastados ou lentos — dizemos que existe uma disfunção da marcha.


Essas alterações podem ser causadas por problemas:

  • Musculares;

  • Ósseos ou articulares;

  • Neurológicos;

  • Sensorais (visão, audição, tato);

  • Psicológicos (como o medo de cair).


Por que as disfunções da marcha são tão frequentes nos idosos?


O envelhecimento traz mudanças fisiológicas que afetam o equilíbrio, a força e a coordenação, tornando a marcha mais instável. Alguns dos fatores mais comuns incluem:


  • Perda de massa muscular (sarcopenia);

  • Diminuição da visão e da audição;

  • Artrose e rigidez nas articulações;

  • Uso de medicamentos que causam sonolência ou tontura;

  • Problemas neurológicos, como Parkinson ou AVC;

  • Alterações no cérebro relacionadas à idade.


Além disso, o medo de cair pode levar o idoso a caminhar com mais rigidez e insegurança, o que piora ainda mais o equilíbrio.


Quais são os principais tipos de marcha alterada?


Algumas disfunções da marcha têm características específicas e podem indicar doenças de base:

  • Marcha com base alargada: pernas afastadas e passos curtos, comum em pessoas com medo de cair;

  • Marcha parkinsoniana: passos rápidos e curtos, com o tronco inclinado para frente;

  • Marcha atáxica: desequilíbrio com os pés afastados, comum em alterações cerebelares;

  • Marcha em escarvamento: o pé “raspa” no chão, associada a fraqueza muscular;

  • Marcha com claudicação: dor e dificuldade ao apoiar uma das pernas, comum em casos de artrose ou problemas vasculares.

Identificar o padrão da marcha ajuda a descobrir a causa do problema e orientar o tratamento correto.

Sinais de alerta: quando investigar?

Mudanças discretas no caminhar podem passar despercebidas. Mas alguns sinais devem ser investigados com atenção:

  • Dificuldade repentina para caminhar;

  • Quedas frequentes ou tropeços sem motivo claro;

  • Uso constante de apoio, como móveis, para andar;

  • Passos curtos, lentos ou arrastados;

  • Desvio da postura ou perda de equilíbrio;

  • Sensação de insegurança mesmo em ambientes familiares.

Esses sinais podem indicar condições reversíveis ou progressivas, que precisam de avaliação médica e reabilitação precoce.

Riscos das disfunções da marcha

As alterações na marcha estão entre as principais causas de quedas em idosos. E as quedas, por sua vez, são responsáveis por:

  • Fraturas graves, como de fêmur e quadril;

  • Perda de autonomia e confiança para andar;

  • Hospitalizações prolongadas;

  • Piora da saúde mental (depressão, isolamento);

  • Aumento da mortalidade em idosos frágeis.

Por isso, identificar e tratar as disfunções da marcha é uma questão de saúde pública e de qualidade de vida.

Como é feita a avaliação da marcha?

A avaliação clínica pode ser feita por um médico geriatra, fisioterapeuta ou fisiatra. Envolve:

  • Observação da postura e do caminhar;

  • Testes de equilíbrio e mobilidade;

  • Avaliação da força muscular e das articulações;

  • Análise do uso de calçados ou bengalas;

  • Testes neurológicos, se necessário.

Em alguns casos, são solicitados exames como ressonância, tomografia ou exames laboratoriais para investigar causas metabólicas.

Como prevenir e tratar disfunções da marcha?

A boa notícia é que muitas alterações na marcha podem ser prevenidas ou amenizadas com medidas simples e eficazes:

  • Manter atividade física regular, como caminhada, pilates ou fisioterapia;

  • Controlar doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e osteoporose;

  • Evitar medicamentos sedativos, quando possível;

  • Fazer exercícios de equilíbrio e fortalecimento muscular;

  • Ajustar o ambiente da casa, retirando tapetes e instalando barras de apoio;

  • Usar calçados antiderrapantes e confortáveis;

  • Tratar deficiências de visão e audição com óculos e aparelhos auditivos.

A fisioterapia é uma grande aliada para reeducar a marcha, fortalecer músculos e reduzir o risco de quedas.

A importância da família e do cuidado multidisciplinar

O apoio da família é fundamental. Muitas vezes, o idoso evita comentar dificuldades por medo de perder autonomia. É importante:

  • Observar mudanças no caminhar;

  • Estimular o idoso a se manter ativo;

  • Acompanhar consultas e exames;

  • Conversar com carinho sobre o uso de bengalas ou andadores, quando necessário.

O tratamento ideal é multidisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e cuidadores.

Conclusão

As disfunções da marcha em idosos não devem ser vistas como uma consequência inevitável da idade, mas como um sinal de alerta para cuidados específicos. Com prevenção, acompanhamento e adaptações simples, é possível preservar a mobilidade, a segurança e a qualidade de vida na terceira idade.

Investir em movimento é investir em autonomia e dignidade.

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