Fadiga crônica: quando o cansaço deixa de ser normal
- medicinaatualrevis
- 20 de out.
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A fadiga crônica é um estado de cansaço intenso, persistente e incapacitante que não melhora com descanso. Diferente do cansaço comum, ela dura semanas ou meses, interfere na rotina e afeta tanto o corpo quanto a mente.
Essa condição também é chamada de Síndrome da Fadiga Crônica (SFC), e embora suas causas ainda não sejam totalmente compreendidas, sabe-se que envolve alterações no sistema imunológico, hormonal e nervoso.
Cansaço normal x fadiga crônica
Todo mundo se sente cansado depois de dias longos ou noites mal dormidas — isso é fadiga passageira. Mas, quando o cansaço é constante, desproporcional ao esforço e vem acompanhado de outros sintomas, o alerta deve acender.
Sinais de fadiga crônica:
cansaço que dura mais de 6 meses;
sono não reparador, mesmo dormindo bem;
dificuldade de concentração e memória;
dores musculares e articulares;
dor de garganta ou dor de cabeça frequente;
tontura e intolerância a esforço físico;
irritabilidade e queda no rendimento.
Possíveis causas
A fadiga crônica não tem uma única causa, mas pode estar ligada a diferentes fatores:
infecções virais prévias (como Epstein-Barr ou COVID-19 prolongada);
distúrbios hormonais (hipotireoidismo, insuficiência adrenal);
alterações imunológicas;
transtornos do sono;
depressão e ansiedade;
carências nutricionais (ferro, vitaminas do complexo B, magnésio);
sobrecarga emocional e estresse prolongado.
Em muitos casos, os sintomas surgem após uma infecção ou um período de forte esgotamento físico e mental.
Como é feito o diagnóstico
Não há um exame específico para confirmar a fadiga crônica. O diagnóstico é clínico, baseado na exclusão de outras doenças que causam cansaço.
O médico pode solicitar:
exames de sangue para verificar anemia, função da tireoide e níveis hormonais;
avaliação do sono;
investigação de causas infecciosas ou metabólicas.
O diagnóstico é confirmado quando o cansaço intenso persiste por mais de seis meses e outros distúrbios foram descartados.
Tratamento e manejo
Ainda não existe cura definitiva, mas o tratamento busca melhorar os sintomas e a qualidade de vida.
As estratégias incluem:
reeducação do sono — dormir em horários regulares e evitar telas antes de deitar;
atividade física leve e gradual, como caminhadas e alongamentos;
alimentação equilibrada, com foco em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras;
redução do estresse com técnicas de relaxamento, meditação ou terapia;
acompanhamento psicológico, quando necessário;
uso de medicamentos apenas para sintomas específicos (como dor ou insônia).
O acompanhamento multidisciplinar, envolvendo clínico geral, nutricionista e psicólogo, é o mais indicado.
Quando procurar ajuda médica
Procure um médico se o cansaço for persistente e vier acompanhado de:
dores sem explicação;
queda de cabelo, perda de peso ou alterações de apetite;
febre baixa constante;
palpitações ou falta de ar;
dificuldade de concentração que atrapalha o trabalho ou os estudos.
O diagnóstico precoce é importante para prevenir agravamento e melhorar a recuperação.
Conclusão
A fadiga crônica é um distúrbio real, que vai muito além do simples cansaço. Reconhecer os sinais, adotar hábitos saudáveis e buscar acompanhamento médico são passos fundamentais para recuperar a energia e o equilíbrio físico e mental.



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