Rubéola: uma doença que parece leve, mas exige atenção
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- há 9 horas
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A rubéola é uma infecção viral contagiosa causada pelo vírus da rubéola, pertencente ao gênero Rubivirus. Apesar de geralmente causar sintomas leves, é uma doença de grande importância médica, principalmente em gestantes, pois pode provocar malformações graves no feto — a chamada Síndrome da Rubéola Congênita.
Antes da introdução da vacina, surtos de rubéola eram comuns em escolas e comunidades. Hoje, graças à imunização, os casos tornaram-se raros, mas a doença ainda preo
cupa quando há falhas na cobertura vacinal.
Como a rubéola é transmitida
O vírus é transmitido de pessoa para pessoa por meio das gotículas de saliva ou secreções respiratórias liberadas ao falar, tossir ou espirrar. Também pode ser transmitido de mãe para filho durante a gestação — o que representa o maior risco.
O período de transmissão começa cerca de uma semana antes do surgimento das manchas na pele e pode continuar por até sete dias após o início do quadro.
Quais são os sintomas da rubéola
Os sintomas geralmente aparecem de 14 a 21 dias após o contato com o vírus e podem ser discretos — por isso muitas pessoas nem percebem que estão infectadas.
Os sinais mais comuns incluem:
febre baixa;
manchas avermelhadas que começam no rosto e se espalham pelo corpo;
ínguas (aumento de gânglios linfáticos) atrás das orelhas e no pescoço;
dor de cabeça e mal-estar;
dor nas articulações (mais comum em adultos);
conjuntivite leve.
As manchas costumam durar de 3 a 5 dias e desaparecem sem deixar marcas.
Rubéola em gestantes: o maior perigo
A rubéola na gravidez é especialmente preocupante porque o vírus pode atravessar a placenta e infectar o feto. Isso pode causar a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), um conjunto de anomalias que incluem:
surdez;
catarata e outras alterações oculares;
defeitos cardíacos;
microcefalia;
atraso no desenvolvimento.
O risco é maior quando a infecção ocorre no primeiro trimestre da gestação, e por isso é fundamental que mulheres em idade fértil estejam vacinadas antes de engravidar.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da rubéola é baseado na observação clínica e confirmado por exames laboratoriais.O médico pode solicitar:
sorologia para detectar anticorpos contra o vírus;
teste de PCR, que identifica o material genético do vírus no sangue ou nas secreções.
Como os sintomas podem se parecer com os de outras doenças (como sarampo, dengue e viroses exantemáticas), o diagnóstico laboratorial é importante para confirmação e vigilância epidemiológica.
Existe tratamento para a rubéola?
Não há tratamento específico para eliminar o vírus. O manejo é sintomático, ou seja, voltado para aliviar os sintomas e garantir conforto ao paciente.
As principais medidas incluem:
repouso e boa hidratação;
uso de analgésicos e antitérmicos para dor e febre;
evitar contato com gestantes até a recuperação completa.
Em casos de rubéola congênita, o acompanhamento do bebê é multidisciplinar, envolvendo pediatra, cardiologista e oftalmologista.
Como prevenir a rubéola
A principal forma de prevenção é a vacinação, altamente eficaz e segura.
Vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
Está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser aplicada da seguinte forma:
1ª dose: aos 12 meses de idade;
2ª dose: aos 15 meses, com a vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
Adultos que não foram vacinados na infância também podem e devem receber a vacina.
Gestantes não devem se vacinar durante a gravidez, mas podem ser imunizadas logo
após o parto para evitar futuras infecções.
Diferença entre rubéola e sarampo
As duas doenças apresentam manchas vermelhas e sintomas semelhantes, mas há diferenças importantes:
Característica | Rubéola | Sarampo |
Febre | Baixa | Alta |
Manchas | Mais claras, duram 3 a 5 dias | Mais intensas, duram cerca de 7 dias |
Contágio | Menor | Muito alto |
Complicações graves | Principalmente em gestantes | Mais comuns em qualquer idade |
Prevenção | Vacina tríplice viral | Vacina tríplice viral |
Reconhecer essas diferenças ajuda a buscar o atendimento certo e evitar confusões diagnósticas.
Quando procurar um médico
A rubéola é geralmente leve, mas é importante procurar avaliação médica quando houver:
febre persistente;
manchas com coceira intensa;
sinais de infecção respiratória;
suspeita de gravidez.
Em gestantes, qualquer suspeita de contato com alguém infectado deve ser comunicada ao obstetra imediatamente.
Conclusão
A rubéola pode parecer uma doença simples, mas sua prevenção é essencial, principalmente para proteger gestantes e bebês.Com a vacinação em dia, é possível manter o Brasil livre de surtos e evitar casos graves da Síndrome da Rubéola Congênita.
Cuidar da imunização é um ato de proteção individual e coletiva — e uma das formas mais eficazes de manter a saúde em dia.
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