top of page

Doença de Wilson: acúmulo de cobre que afeta cérebro e fígado

Doença de Wilson

A doença de Wilson é uma condição genética rara que impede o organismo de eliminar o excesso de cobre. Esse mineral, essencial em pequenas quantidades, se torna tóxico quando acumulado em níveis elevados, afetando principalmente o fígado e o sistema nervoso central.


Sem tratamento, a doença pode causar lesões graves e irreversíveis. Por isso, o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento são fundamentais para preservar a saúde e a qualidade de vida.

Como o corpo lida com o cobre

Normalmente, o cobre ingerido através da alimentação é absorvido pelo intestino, transportado até o fígado e, depois, eliminado pela bile.

Na doença de Wilson, uma mutação no gene ATP7B impede que o fígado excrete o cobre de forma eficiente. Como resultado:

  • O cobre se acumula inicialmente no fígado;

  • Quando a capacidade de armazenamento é excedida, o excesso é liberado no sangue;

  • Ele se deposita em outros órgãos, como cérebro, rins e olhos.

Sintomas da doença de Wilson

Os sintomas variam de pessoa para pessoa e dependem do estágio e dos órgãos afetados.

Manifestações hepáticas

  • Fadiga persistente;

  • Amarelamento da pele e olhos (icterícia);

  • Inchaço abdominal (ascite);

  • Alterações nos exames de função hepática;

  • Cirrose.

Manifestações neurológicas e psiquiátricas

  • Tremores;

  • Rigidez muscular;

  • Alterações de fala e coordenação;

  • Mudanças de humor, depressão e irritabilidade;

  • Dificuldade para escrever ou realizar tarefas finas.

Sinal característico: anel de Kayser-Fleischer

Um dos sinais mais marcantes da doença é o anel de Kayser-Fleischer, uma coloração acastanhada ou esverdeada na periferia da córnea, visível no exame oftalmológico com lâmpada de fenda. Ele é causado pelo depósito de cobre nos olhos e aparece em muitos pacientes com sintomas neurológicos.

Diagnóstico

O diagnóstico envolve a combinação de histórico clínico, exame físico e testes laboratoriais.

Exames utilizados

  • Dosagem de cobre e ceruloplasmina no sangue;

  • Excreção de cobre na urina de 24 horas;

  • Exame oftalmológico para verificar o anel de Kayser-Fleischer;

  • Biópsia hepática para medir o conteúdo de cobre no fígado;

  • Teste genético para confirmar mutações no gene ATP7B.

Tratamento

O tratamento é contínuo e tem como objetivo reduzir o acúmulo de cobre e prevenir novos depósitos.

Principais abordagens

  • Medicamentos quelantes (como penicilamina ou trientina): ajudam a eliminar o cobre pela urina;

  • Suplementação de zinco: bloqueia a absorção intestinal de cobre;

  • Dieta pobre em cobre: evitar fígado, frutos do mar, castanhas, chocolate e alguns cereais integrais;

  • Transplante de fígado: indicado em casos de falência hepática grave.

Alimentos ricos em cobre a evitar

Alimento

Teor de cobre

Fígado bovino

Muito alto

Ostras

Muito alto

Castanha de caju

Alto

Chocolate amargo

Moderado

Amendoim

Moderado

Prognóstico

Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, a maioria das pessoas com doença de Wilson leva uma vida normal. No entanto, a interrupção do tratamento pode levar à piora rápida e irreversível.

Perguntas frequentes

1. A doença de Wilson tem cura? Não, mas o tratamento contínuo controla o acúmulo de cobre e previne danos.

2. Quem deve fazer o teste? Parentes de primeiro grau de pacientes diagnosticados, mesmo sem sintomas.

3. É possível engravidar com doença de Wilson? Sim, desde que haja acompanhamento médico e ajuste do tratamento.

Cuidados no dia a dia

  • Seguir rigorosamente a prescrição médica;

  • Fazer acompanhamento regular com hepatologista ou neurologista;

  • Evitar suplementos vitamínicos que contenham cobre;

  • Manter uma dieta equilibrada e controlada em cobre;

  • Informar médicos e dentistas sobre o diagnóstico antes de qualquer procedimento.

Conclusão

A doença de Wilson é rara, mas tratável. A conscientização sobre seus sintomas, a realização de exames em familiares e o início rápido do tratamento são medidas essenciais para garantir qualidade de vida e evitar complicações graves.

Comentários


logotipo do site medicinal atual

MedicinAtual é o mais completo portal de conteúdos exclusivos para atualização nas especialidades médicas, artigos e pesquisas científicas, notícias, informações em saúde e Medicina.  O MedicinAtual disponibiliza ferramentas médicas que facilitam a rotina do médico ou do estudante de Medicina. O MedicinAtual reune ainda os portais PneumoAtual, AlergiaAtual e UrologiaAtual.

  • Instagram
  • Facebook

Todos os Direitos Reservados - 2025

NEWSLETTER

Cadastre abaixo e receba  as últimas atualizações de conteúdo do nosso portal médico.

Obrigado (a) por se cadastrar!

bottom of page