Esteatose hepática: quando a gordura no fígado coloca sua saúde em risco
- medicinaatualrevis
- há 11 horas
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A esteatose hepática, também conhecida como fígado gorduroso, é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura dentro das células do fígado.
Embora seja comum e muitas vezes silenciosa, a esteatose merece atenção porque pode evoluir para quadros graves, como inflamação crônica, cirrose e até câncer de fígado.
Por que o fígado acumula gordura
O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo. Ele participa do metabolismo, armazena nutrientes, produz proteínas e auxilia na digestão das gorduras.
Quando há excesso de gordura circulante no organismo — seja por alimentação inadequada, resistência à insulina ou uso de álcool — parte desse excesso acaba sendo armazenada no fígado. Se a gordura ultrapassa 5% do peso do órgão, considera-se que há esteatose hepática.
Tipos de esteatose hepática
Esteatose hepática não alcoólica (EHNA)
Relacionada a fatores metabólicos, como obesidade, diabetes, colesterol elevado e sedentarismo;
É o tipo mais comum atualmente, ligado ao estilo de vida moderno.
Esteatose hepática alcoólica
Resulta do consumo excessivo e prolongado de bebidas alcoólicas;
O álcool prejudica o metabolismo do fígado e favorece o depósito de gordura.
Fatores de risco
Diversos fatores aumentam as chances de desenvolver fígado gorduroso:
Obesidade e sobrepeso;
Diabetes tipo 2;
Colesterol e triglicerídeos elevados;
Sedentarismo;
Consumo excessivo de álcool;
Síndrome metabólica;
Uso de alguns medicamentos (corticosteroides, quimioterápicos).
Sintomas da esteatose hepática
Na maioria dos casos, a esteatose hepática é silenciosa. Muitas pessoas descobrem a condição por acaso, em exames de imagem ou sangue feitos por outros motivos.
Quando os sintomas aparecem, podem incluir:
Cansaço persistente;
Dor leve ou desconforto no lado direito do abdômen;
Mal-estar geral;
Alterações nos exames de fígado.
Complicações da esteatose hepática
O fígado tem grande capacidade de regeneração, mas a sobrecarga de gordura pode causar inflamação crônica e evoluir para problemas graves:
Esteato-hepatite não alcoólica (NASH): forma inflamatória da doença;
Fibrose hepática: acúmulo de cicatrizes no fígado;
Cirrose hepática: estágio avançado, com perda da função do órgão;
Carcinoma hepatocelular: tipo de câncer associado à evolução da cirrose.
Por isso, a detecção precoce é essencial para evitar progressão da doença.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da esteatose hepática envolve exames clínicos e laboratoriais.
Exames de sangue: podem mostrar alterações das enzimas hepáticas (TGO, TGP), mas nem sempre estão alterados;
Ultrassom abdominal: método mais comum para detectar o acúmulo de gordura;
Elastografia hepática (Fibroscan): avalia presença de fibrose;
Biópsia hepática: exame mais preciso, reservado para casos duvidosos ou suspeita de evolução grave.
Tratamentos disponíveis
Até o momento, não existe medicamento específico para a esteatose hepática. O tratamento se baseia em mudanças de estilo de vida e controle das condições associadas.
Perda de peso gradual: redução de 7 a 10% do peso corporal pode melhorar significativamente o fígado;
Alimentação equilibrada: redução de açúcar, carboidratos refinados e gorduras saturadas; aumento do consumo de frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras;
Exercícios físicos regulares: pelo menos 150 minutos semanais de atividade aeróbica e fortalecimento muscular;
Controle de doenças associadas: como diabetes, hipertensão e dislipidemia;
Evitar álcool: mesmo em pequenas quantidades, o álcool pode piorar a condição;
Acompanhamento médico regular: monitoramento com exames periódicos.
Prevenção da esteatose hepática
A prevenção é possível e depende de hábitos saudáveis:
Manter peso adequado;
Praticar exercícios regularmente;
Ter uma dieta equilibrada, semelhante à dieta mediterrânea;
Limitar consumo de bebidas alcoólicas;
Realizar check-ups anuais para avaliar fígado e metabolismo.
Prognóstico
Em sua forma inicial, a esteatose hepática é reversível. Com mudanças de estilo de vida, é possível reduzir a gordura do fígado e restaurar sua função normal.
No entanto, quando não tratada, a doença pode evoluir silenciosamente para cirrose e câncer, tornando-se potencialmente fatal.
Conclusão
A esteatose hepática é um alerta cada vez mais comum na medicina moderna. Embora muitas vezes não cause sintomas, pode ter consequências graves se ignorada. A boa notícia é que o diagnóstico precoce e mudanças no estilo de vida podem reverter a condição e proteger a saúde do fígado.
Mais do que tratar, a chave está em prevenir — e isso depende de escolhas diárias conscientes.
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